10 ago Governador cobra estudo técnico para avaliar como a Ponte Hercílio Luz deve ser usada
O uso da Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis, após a conclusão da obra, divide opiniões. Até mesmo dentro do poder público há versões diferentes sobre a utilização da estrutura a partir de 23 de dezembro de 2018, data estabelecida pelo Departamento de Infraestrutura do Estado (Deinfra) para a entrega da reforma feita pela empreiteira portuguesa Teixeira Duarte. Na última semana, a prefeitura da Capital disse que pretende liberar o cartão-postal para pedestres, ciclistas e transporte coletivo. Para o governador Raimundo Colombo (PSD), no entanto, é necessário um estudo técnico que aponte o melhor caminho.
Na inauguração do novo complexo da Secretaria de Segurança Pública (SSP), terça-feira, Colombo falou sobre a intenção do município, que não pretende permitir o tráfego de carros e caminhões sobre a ponte. Para opinar, o governador pediu um levantamento técnico:
— Acho que ela tem de ser liberada ao tráfego e para ajudar as pessoas. Gostaria de ter um estudo técnico, termos algumas alternativas, que desse o melhor aproveitamento. Não é uma decisão pessoal, quero realmente que a ponte preste o melhor serviço à sociedade e seja utilizada plenamente.
Colombo reforçou a argumentação do Deinfra de que a ponte terá capacidade para receber veículos de qualquer peso. Deu a entender ainda que, sem o estudo, pensa no cartão-postal para o uso de veículos. Além disso, cobrou agilidade:
— No entendimento de leigo, ela tem que trabalhar no momento de contra fluxo, mas aí tem que ter os melhores técnicos dando os melhores resultados. Isso tem que ser feito em curto prazo. Tem que liberar o problema da mobilidade, tem que causar o melhor impacto para a sociedade. Até gostaria de ouvir os técnicos, o que for o melhor para a sociedade, está bom para mim.
Projeto da prefeitura será apresentada neste mês
A proposta desenhada pelo Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf) será apresentada pelo prefeito Gean Loureiro neste mês. O conceito desenhado prevê a ponte voltada para as pessoas, sem necessariamente aliar a mobilidade urbana aos carros. Um estudo do município aponta que o mesmo número de ocupantes de quatro ônibus geraria uma fila do tamanho da extensão da estrutura, de 821 metros, se estivessem em automóveis.
O projeto envolve diferentes órgãos do município e do Estado com foco em fazer da estrutura um espaço que concentre mobilidade, patrimônio histórico, turismo, cultura e lazer. Por conta disso, estão previstos investimentos como a construção de museus, o aumento de ciclovias e pequenas adaptações no trânsito. Devem ocorrer alterações também no Parque da Luz, na cabeceira insular, considerado fundamental para o entorno e aproveitamento dos espaços.
(DC, 09/08/2017)