10 jul Veleiro de Expedições Científicas Oceanográficas da UFSC será lançado ao mar em agosto
A construção do Veleiro de Expedições Científicas Oceanográficas – ECO UFSC60, está em fase de finalização e já tem data marcada para lançamento ao mar: agosto deste ano. O projeto é liderado pelo professor Orestes Alarcon do Departamento de Engenharia Mecânica e conta com a participação de professores, pesquisadores e alunos da graduação e pós-graduação dos Departamentos de Engenharia Mecânica e Materiais, Oceanografia, Ecologia, Zoologia, Geociências e Botânica da UFSC.
O projeto é apoiado por cinco instituições de fomento à pesquisa – a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (FAPESC), a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).
Trata-se de um veleiro de Alumínio Naval – Liga 5083 H116, de 60 pés, fabricado com tecnologia de soldagem TIG e MIG de última geração, feito por métodos automáticos de soldagem desenvolvidos pelo professor Jair Dutra e equipe do Instituto de Soldagem e Mecatrônica (LabSolda) do Departamento de Engenharia Mecânica. Terá capacidade de hospedar comodamente até dez pessoas, entre pesquisadores e tripulantes em expedições oceânicas. No caso de navegações mais curtas, em águas costeiras, que serão realizadas com alunos dos cursos de Oceanografia e de Ciências Biológicas, poderão embarcar cerca de 20 tripulantes, estágios embarcados ou para o desenvolvimento de projetos de pesquisa.
O Veleiro ECO possui características próprias de segurança e navegabilidade. É armado com dois mastros e três velas de proa, com reserva de combustível de 5.000 litros e 3.000 litros de água, e dessalinizador a bordo, permitindo expedições científicas de grande porte, incluindo para regiões polares, como a Antártica. Também como características destacáveis de navegação, sua concepção com quilha retrátil hidráulica, permitirá a realização de pesquisas em águas rasas, como mangues e estuários de rios, áreas ainda pouco exploradas por pesquisadores brasileiros e internacionais. Este fato é muito relevante para o entendimento do equilíbrio físico-químico e de aporte de nutrientes, mas também de poluição dos oceanos. Neste caso, a geofísica da costa brasileira tem relevância estratégica dado sua imensa extensão.
A primeira expedição de pesquisa do Veleiro ECO está agendada para novembro de 2017 – Projeto CNPq – Ilhas Oceânicas: Arquipélagos de São Pedro São Paulo e Ilha de Trindade, liderado pela professora Andrea Freire do Departamento de Ecologia e Zoologia e pela pesquisadora Andrea Green Koettker. O projeto será desenvolvido com foco na camada superior da coluna de água, onde a luz consegue penetrar e onde ocorre um grande número de processos e interações que definem a funcionalidade e persistência do ecossistema.
Na pesquisa será utilizado o equipamento denominado TowFish, projetado e construído pelo pesquisador Andrea Piga e pelo aluno Augusto Neubauer, da Engenharia Mecânica, onde são acoplados sensores de temperatura, de pressão e para determinação em tempo real de propriedades da coluna de água.
Todo o trabalho de campo será realizado a bordo do Veleiro ECO com uma equipe de pesquisadores da UFSC, das áreas de Oceanografia, Biologia, Ecologia e Engenharia. O projeto conta ainda com a parceria da empresa Neoprospecta (Instituto de Fármacos – Sapiens Parque), especializada em bioprospecção, com técnicas proprietárias de sequenciamento genético da biodiversidade brasileira e foco no desenvolvimento da área de fármacos. Parte das amostras coletadas serão analisadas pela equipe de especialistas da empresa.
Na semana que antecede essa primeira expedição, o Veleiro ECO permanecerá atracado em Salvador (BA) durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, de 23 a 29 de outubro. Durante essa semana, o veleiro estará recebendo visitas de estudantes e da comunidade em geral, desenvolvendo a bordo a temática Lixo Marinho, sob a coordenação da professora Alessandra Fonseca do Departamento de Geociências (UFSC).
Um segundo projeto de expedição científica já se encontra em elaboração pela pesquisadora Daphiny Pottmaier, do projeto Ciências do Mar, do CAPES, em parceria com a Professora Paula Sobral da Universidade Nova Lisboa e demais Universidades da União Europeia. O projeto será desenvolvido a partir de 2018 e refere-se ao monitoramento, caracterização e proposição de ações para mitigação do Lixo Marinho, especialmente dos plásticos, concentrados no giro do Atlântico Sul.
(Ufsc, 07/06/2017)