31 maio Gean diz que vai “retomar ordem” e ambulantes cadastrados só poderão trabalhar até julho
Maria Terezinha Nicácio vende alho no Centro de Florianópolis há 48 anos. Aos 60 anos, a ambulante que começou a trabalhar na adolescência após perder o pai aos seis anos de idade, teme ficar sem a sua única fonte de renda. Isso porque a prefeitura promete reorganizar a atividade. Os 83 ambulantes cadastrados foram notificados e têm permissão para trabalhar até o dia 25 de julho. Com isso, cerca de 40 ambulantes foram na manhã desta terça-feira (30) até a prefeitura em busca de uma audiência com o prefeito Gean Loureiro (PMDB).
Uma comissão da Associação dos Vendedores Ambulantes de Florianópolis foi recebida pelo secretário da Casa Civil, Filipe Mello, que explicou a necessidade de controlar esse comércio informal. “Estamos construindo um modelo que permita dentro da lei a reorganização do setor e que trabalhe de forma não conflitante com o comércio formal estabelecido. O objetivo não é extinguir o ambulante, mas é trazer o setor para a formalidade”, comentou o secretário.
Os ambulantes trabalham legalizados desde julho de 2013, quando o ex-prefeito César Souza Júnior (PSD) emitiu o decreto 11.864. Localizados nos principais calçadões, ruas e avenidas do Centro, os vendedores sem local fixo vendem meias, panos de prato, pilhas, amendoim, algodão doce, consertam de relógios, afiam facas e tesouras, entre outros.
Segundo o presidente da Associação dos Ambulantes, José Nildo Barbosa de Sales, nenhum dos produtos é falsificado ou contrabandeado. “Quem conhece a rotina do ambulante sabe que trabalhamos durante o dia para conseguirmos comer à noite. Ninguém está pedindo ajuda, porque só queremos continuar com o direito de trabalhar”, disparou Maria Terezinha.
Os ambulantes defendem que o critério social esteja entre os pré-requisitos para a liberação das permissões.
Leia na íntegra em Notícias do Dia Florianópolis, 30/05/2017.