02 out Sinergia pró-turismo
O encontro de empresários, estudiosos e dirigentes governamentais, realizado no Costão do Santinho, com a presença do professor Domenico de Masi, revelou o grau de inquietação dessas pessoas diante do potencial turístico adormecido de Santa Catarina. Todos – sem exceção – têm consciência de que este Estado pode se transformar em uma referência de qualidade turística no Brasil e cada um, de uma forma ou de outra, está fazendo a sua parte. Então, o que realmente está faltando?
A pesquisa Delphi, encomendada pelo governo do Estado, através da SC Parcerias, e realizada pelo S3 Studium e equipe da Unisul, exibe um cenário promissor, mas que exige uma consciência geral de que o desenvolvimento turístico não depende de um projeto ou de um estudo, mas de uma sinergia capaz de mobilizar os governos estadual e municipais, a sociedade civil e empresas privadas para um compromisso inadiável de equacionar os problemas sociais e de infra-estrutura de forma a provocar e alimentar o boom desta atividade econômica.
O entusiasmo de empresários como Péricles Druck, Fernando Marcondes de Matos, Beto Barreiros, Beto Carrero, Renato Sehn, Eraldo Cruz, Sônia Jendiroba e tantos outros que participaram do seminário, reflete uma disposição impar de acelerar uma transformação a partir da concepção de um turismo pautado na riqueza cultural, como salientou Druck, na construção de referências singulares ensejadas pelo legado de multiculturalismo dos imigrantes, conforme observou Sehn, na convicção de que os serviços podem atingir níveis de qualidade para todas as faixas de visitantes, como defende Marcondes de Matos. Denota-se nas manifestações do empresariado uma paixão pró-ativa, capaz de produzir o que, infelizmente, tem sido raro em nosso Estado: a união dos segmentos produtivos, políticos e educacionais em torno de uma proposta convincente, que é a de colocar Santa Catarina na vanguarda do desenvolvimento turístico da América do Sul.
(Artigo de Gerson Luiz Joner da Silveira – Reitor da Unisul, DC, 02/10/2006)