24 jun Maricultores comemoram liberação da extração de ostras em Palhoça
Anésio Lino Pinheiro, 54 anos, conhecido como Alemão, comemorou a possibilidade de retomar os negócios com as vendas de ostras em seu comércio depois de quatro semanas à deriva. Desde o dia 26 de maio, ele estava proibido de comercializar o molusco, medida revogada depois que a Secretaria de Estado da Agricultura e Pesca liberou a extração em duas áreas, ambas em Palhoça, na última quarta-feira.
Proprietário do Restaurante do Alemão, situado na Praia do Tomé, Barra do Aririú, ele colocou três funcionários em férias durante o período e teve queda de 50% no faturamento mensal. Apesar da liberação, Alemão estima que ainda vai levar três meses para que a venda da ostra volte ao normal, já que a proibição, causada depois de ter sido detectada uma toxina que poderia causar intoxicação alimentar, assusta o consumidor.
Embora clientes antigos tenham entrado em contato para comprar ostras, seguros após notícia da liberação, Anésio continua receoso:
— Agora é esperar pra ver se as pessoas voltam ao restaurante. É torcer.
Seu irmão, José Lino Pinheiro, 50 anos e também maricultor, parece mais aliviado. Ele reconhece que o período foi longo, um mês de dívidas e expectativas, mas o retorno das ostras ao mercado dá esperança de um bom período.
Além da Barra do Aririú, a extração também está permitida na Enseada do Brito. No entanto, outras 21 áreas de maricultura no estado aguardam liberação. Havia uma expectativa de que fossem liberadas nesta quinta-feira, o que não ocorreu. Novas reuniões devem ocorrer nesta sexta e podem resultar na liberação.
A interdição ocorreu pela presença em grande número da alga Dinophysis. Como os moluscos são seres filtradores, eles acabam por produzir uma toxina diarreica, que pode causar intoxicação alimentar horas após o consumo.
(Diário Catarinense, 23/06/2016)