Fornecedor de ostras, mariscos, vieiras e berbigões a mercado nacional defende segurança alimentar

Fornecedor de ostras, mariscos, vieiras e berbigões a mercado nacional defende segurança alimentar

Colapso para a base da cadeia produtiva, sem faturar nos últimos 23 dias, o mais longo período de maré vermelha e suspensão da venda e do consumo de ostras, mexilhões, vieiras e berbigões em todo o litoral é a garantia de sobrevivência para a maricultura catarinense. “Significa controle alimentar e monitoramento constante da qualidade da água de nossas baías e dos moluscos nelas cultivados. É questão de saúde pública”, ressalta o empresário paulista Rubens Silveira, há oito anos no ramo, que abastece mais de 150 restaurantes de São Paulo e do Rio de Janeiro.

Mensalmente, a empresa de Silveira, a Vieiramar, despacha por avião de 15 a 20 toneladas de moluscos bivalves para a clientela fora de Santa Catarina. “No Fasano [restaurante do Rio de Janeiro], a dúzia de ostra custa R$ 180, e é servida de entrada, não é o prato principal”, diz Silveira. Sem demanda para os moluscos que engordam nas águas da baía Sul, entre o Alto Ribeirão da Ilha e a Caieira da Barra do Sul, o empresário mantém apenas a secretária em expediente integral na unidade de beneficiamento onde lava, embala e prepara as caixas de isopor despachadas diariamente em períodos de safra liberada.

“Toda a cadeia está parada, do produtor aos representes comerciais nos outros Estados. Ninguém está faturando, mas a situação é momentânea e todos precisamos cumprir nossos compromissos”, argumenta. Na visão de Silveira, o impacto seria muito mais negativo e estigmatizante, caso algum consumidor tivesse consumido ostras e mariscos contaminados pela toxina diarreia DST presente nas grandes concentrações de microalgas trazidas ao litoral Sul do Brasil pelas correntes das Malvinas. “Não há marketing ou propaganda capaz de recuperar a imagem do negócio, em caso de contaminação alimentar. Seria anos de trabalho jogados fora e o verdadeiro colapso na cadeia produtiva”, reforça.

Silveira, que costumava vir de São Paulo para degustar as ostras catarinenses, entrou no ramo há oito anos como produtor de vieiras, em Governador Celso Ramos e, atualmente, mantém parceria com pequenos e médios maricultores do Sul da Ilha e arrenda o cultivo da Fazenda Marinha Ostra Viva. Apesar da suspensão das vendas, ele mantém 20 funcionários na folha de pagamento.

Leia na íntegra em  Notícias do Dia Online, 16/06/2016