13 mar Um retrato da temporada
O verão chega ao fim em uma semana, as aulas recomeçaram, o trabalho não pode ser abandonado e o paraíso das praias precisa ser deixado para trás. Neste mês é visível a redução do número de turistas nas praias e, para quem fica, a hora é de avaliar como foram os melhores meses do ano para o turismo catarinense. As estatísticas oficiais do Estado estão sendo contabilizadas. Devem sair a partir da próxima semana, mas a tendência é de redução em relação ao ano anterior.
A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes – regional Santa Catarina (Abrasel-SC), porém, já fechou os números. Para mais da metade dos donos de bares e restaurantes do Estado, o movimento na temporada de verão deste ano foi pior (teve até 10% menos clientes) ou muito pior (até 20%) que a do ano passado. Entretanto, nos dois feriados de maior movimento, o Réveillon e o Carnaval, o movimento foi considerado cerca de 10% superior ao de 2008.
A Santur, o órgão oficial de turismo do Estado, deve divulgar o balanço da temporada na segunda quinzena do mês. Entretanto, a avaliação prévia é de otimismo diante do contexto vivido pelo Estado antes do início da temporada. No ano passado foram 4,3 milhões de visitantes – 500 mil deles, estrangeiros.
O presidente da Santur, Valdir Walendowsky, acredita que a tragédia de novembro no Estado, com enxurradas e deslizamentos, afastou parte dos turistas brasileiros. Ele lembrou que novembro é justamente a época de planejamento das viagens de férias, da decisão do lugar para onde se vai e da compra de pacotes turísticos.
– A previsão inicial era de crescimento de 8% a 10% no turismo do Estado, mas não tivemos crescimento. Diante do que aconteceu em novembro, se o número chegar a menos 10% em relação ao ano passado estará ótimo – avaliou o presidente.
A notícia que anima a empresa é o maior número de turistas estrangeiros. Numericamente ainda não é possível comprovar o incremento de estrangeiros em Santa Catarina. Os voos fretados internacionais chegam a 500, de dezembro de 2008 ao fim de fevereiro deste ano, enquanto na última temporada foram 705 de dezembro de 2007 ao fim de março de 2008. A média diária, portanto, é praticamente a mesma no comparativo.
Prefeituras avaliam como boa a temporada
Na Capital, o assessor da secretaria de Turismo, Rubens de Abreu, acredita que o otimismo para o verão se confirmou. Para ele, não é possível falar em índices antes do balanço final, mas o acréscimo nos visitantes em relação à última temporada é certo. Um dos motivos foi o Carnaval mais tarde. Em 2008, a festa ocorreu no início de fevereiro, levando muitos turistas a retornarem para casa logo depois do Carnaval. Quanto aos estrangeiros, Abreu aponta que a cotação do dólar favoreceu a vinda dos argentinos.
O casal de hermanos Guilhermina Ferreira e Fabio Tonietti passou um período em Canasvieiras, no Norte da Ilha, e vai levar boas lembranças para casa. Não pouparam elogios à limpeza e à beleza da praia. Guilhermina também aprovou o trabalho dos salva-vidas. A única ressalva que fez foi sobre a dificuldade de aprender a utilizar o transporte público para se locomover na Ilha.
Em Balneário Camboriú, a Secretaria de Turismo já levantou dados sobre a chegada de ônibus na cidade em janeiro e fevereiro. Os argentinos estão no topo, com 667 ônibus nos dois primeiros meses do ano. Em seguida estão os paraguaios (114), chilenos (83) e uruguaios (66).
Em fevereiro, o número de turistas aumentou, ao contrário do que ocorria nos últimos seis anos. Na temporada anterior, por exemplo, a queda de turistas foi de 29% de janeiro a fevereiro. Para março, Balneário Camboriú conta com a mudança do perfil do turista e espera um aumento de 15% do número de visitantes em relação a 2008. Além de muitos argentinos, a terceira idade constitui a maioria do público na beira da praia.
Pouco policiamento em Ingleses
Os gaúchos Milene e Ricardo Silveira estiveram pela primeira vez em Ingleses. O casal viu pouco policiamento nas ruas e ainda observou dois pontos de escoamento de esgoto na praia. Mesmo assim, eles consideraram a praia menos poluída do que Itapema, onde passavam o verão. Já Caroline Maria da Silva, de Porto Alegre, enfrentou quatro horas de congestionamento na BR-101 até chegar à Capital, mas disse estar satisfeita com o trânsito dentro da cidade. – Ando bastante a pé e é tranquilo. A maioria dos motoristas respeita a faixa de segurança.
Elogio e crítica em Canasvieiras
Lucas Pivatto, de São Miguel do Oeste, já morou em Florianópolis e volta todos os anos, nas férias, com a família. Pivatto acredita que a limpeza da praia de Canasvieiras está pior. Já o acesso asfáltico de algumas ruas facilitou o fluxo do trânsito e as ruas estão mais vigiadas por policiais. O argentino Eduardo Seisdedos deixou de ir a Balneário Camboriú pelo o a que considera o maior do Litoral catarinense: os esgotos que chega màs praias.
– O tratamento de esgoto daqui é muito ruim.
O turista considera a limpeza da praia satisfatória e elogiou o respeito que os brasileiros têm com as leis de trânsito, principalmente dando a preferência ao pedestres nas faixas de segurança.
Ambiente agradável no Riozinho
Janete de Oliveira Kolesne e a família, de Porto Alegre, gostam muito do Sul da Ilha. No Riozinho, encontraram uma praia limpa e agradável. Para se locomover de carro, a família tem facilidade porque, segundo Janete, a sinalização contribui para o trânsito fluir. Já o paranaense Alisson Martins conheceu o Riozinho neste ano. A hospedagem foi no Norte da Ilha, mas como achou Canasvieiras um pouco suja, resolveu buscar outras praias. Martins, porém, não percebeu policiais fazendo rondas.
(Lilian Simioni, DC, 13/03/2009)