13 abr Especialistas questionam uso do transporte marítimo em Florianópolis
As águas calmas da Lagoa da Conceição são cruzadas a barco por dezenas de moradores diariamente e representam a única opção viável para transporte de quem mora na margem oeste desse recanto natural, onde fica o bairro Costa da Lagoa. Se não for por água, a alternativa é encarar uma trilha a pé por aproximadamente oito quilômetros.
O trajeto de barco é realizado por duas empresas diferentes e parte de dois pontos: do Rio Vermelho, pela Coopercosta, e da margem direita da Lagoa, próximo à ponte da Avenida das Rendeiras, pela Cooperbarco. Somente por essa última empresa, nove barcos levam mensalmente cerca de cinco mil pessoas, entre trabalhadores e estudantes. Ainda há os turistas, que também apreciam o trajeto, que podem chegar até 15 mil na alta temporada.
Embora Florianópolis esteja rodeada por água, este é o único serviço de transporte aquaviário oferecido na Ilha e, volta e meia, é apontado por moradores como uma possível solução para o caos da mobilidade urbana. É o caso do diretor da Coperbarco, Ailton José Goes: “seria a melhor coisa para Florianópolis”, opina. “Ligar o pessoal do Continente à Ilha, ou do Centro ao Norte e Sul, seria bem mais rápido. Mas precisaria de mais investimento. Aqui mesmo, o preço está defasado e se não fosse uma ajuda que a prefeitura nos dá, não daria nem para pagar as despesas com o óleo do barco”, completa.
Moradora na Costa da Lagoa, a aposentada Írian Wendz também acredita que esse tipo de transporte iria desafogar o trânsito e facilitar a vida dos moradores. Ela, que cruza a Lagoa há 17 anos, diz que o trajeto por água é mais agradável. “Trabalhava como telefonista e fazia esse trajeto todos os dias e para a gente é bom. Só temos desvantagem quando precisamos levar muitas compras para a casa, trazer materiais pesados do supermercado. Mas para as outras regiões, como transporte, acredito que esse serviço seria bem-vindo”, diz.
Transporte noturno
Para os moradores entrevistados que vivem na Costa da Lagoa, a única falha do transporte por barcos já oferecido na região é não disponibilizar mais linhas no período noturno, já que o último barco chega à Avenida das Rendeiras por volta das 23h30. “A gente não pode ir a algum casamento, festa, balada, nada, porque senão não temos como voltar para a casa”, diz a diarista Maristela Inácio Cardoso. “Mas eu acho que em outras regiões, para evitar congestionamento, o barco é uma opção mais rápida que um carro e poderia ajudar a resolver esses problemas do trânsito”, acrescenta.
Leia na íntegra em Notícias do Dia Online, 13/04/2016