22 mar Processo de tratamento chama atenção para água como recurso finito
A água disponível para consumo é um recurso renovável, mas finito e depende cada vez mais do uso responsável. De toda a água do planeta apenas 3% é potável, porém menos de 1% é de fácil acesso para o consumo, ou seja, encontrada em rios e lagos. Do restante, 97% é água salgada de mares e oceanos e 2,9% está congelada ou no subsolo. Na capital catarinense, o abastecimento é feito principalmente a partir de águas superficiais e a distribuição parte de três unidades de tratamento que integram os sistemas: da Grande Florianópolis, realizado pela Estação de Tratamento de Água (ETA) Cubatão; da Costa Norte, pela ETA dos Ingleses; e da Costa Leste, pela ETA do Peri.
A água captada por essas estações passa por um processo de aperfeiçoamento da qualidade. A finalidade do tratamento é higiênica para a remoção de bactérias, elementos nocivos, minerais, compostos orgânicos e microrganismos; estética para a correção de cor, turbidez, odor e sabor; e econômica com a redução da corrosividade, dureza e minerais em excesso. Todo o tratamento é feito nas ETA’s antes da água ser enviada para os reservatórios e daí para as casas.
O processo de tratamento é composto por etapas que dependem inicialmente da fonte de onde a água é captada. Quanto mais pura, menos processos são exigidos. Na ETA do Peri, por exemplo, na captação, a água recebe uma mistura rápida com coagulantes e então é direcionada diretamente para os filtros, sem a necessidade de passar por tanques floculadores e de decantação. “A água da Lagoa do Peri é naturalmente de boa qualidade, devido à preservação das matas e da vegetação no entorno, além de não existirem pontos de despejo de esgoto”, explicou Bruno Kossatz, engenheiro sanitarista e ambiental, responsável pelas estações de tratamento da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan).
Os coagulantes servem para aglutinar as impurezas em partículas que possam ser removidas nas etapas seguintes. A capacidade de tratamento da ETA do Peri é de 200 litros por segundo, o que representa 17,2 milhões de litros de água tratada por dia. Esse volume é o suficiente, segundo a empresa, para atender 26 mil unidades consumidoras, ou aproximadamente 100 mil habitantes nos bairros do sul e leste da Ilha. Na temporada de verão, quando a população nesses locais praticamente dobra, é acionada a ETA do Campeche, que capta água de um manancial subterrâneo e é capaz de disponibilizar até 90 litros por segundo para a região.
Depois de receber os coagulantes a água passa por filtros de areia e carvão que retêm as impurezas. Em seguida, é direcionada para o tanque de desinfecção onde recebe a aplicação de cloro gasoso para a destruição dos microorganismos. A última etapa é a fluoretação, que consiste na adição de flúor em dosagens adequadas, visando a prevenção da cárie dentária.
Todo o processo, da captação até a chegada nas torneiras das casas atendidas pela ETA do Peri, demora em média uma hora e meia, em um processo diário e contínuo. A Casan é quem opera o sistema e também cuida do abastecimento em 67% dos municípios catarinenses. O plano de investimentos da empresa tem assegurados, até 2018, cerca de R$ 1,8 bilhão. Além de recursos próprios, as verbas serão disponibilizadas pela União e agentes financiadores nacionais e estrangeiros.
(Agência ALESC , 21/03/2016)