Ministério Público abre inquérito para apurar contaminação no rio do Braz, em Canasvieiras, na Capital

Ministério Público abre inquérito para apurar contaminação no rio do Braz, em Canasvieiras, na Capital

As recentes informações sobre a poluição no rio do Braz, no Norte da Ilha de Santa Catarina, resultaram em um inquérito civil protocolado no fim da tarde desta terça-feira, 12, pela 32ª Promotoria de Justiça da Capital, junto com o Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente. O MPSC solicita explicações e documentos para a Companhia de Saneamento (Casan), Fundação do Meio Ambiente (Fatma), prefeitura de Florianópolis e a Agência Reguladora (Aresc). O Instituto Geral de Perícias (IGP) também é citado no documento para ajudar nas vistorias na região.

O autor do inquérito é o promotor Mario Waltrick do Amarante. Ele afirma que as informações solicitadas servirão de base para um processo futuro contra responsáveis pela poluição do rio Braz.

— A situação de degradação do rio do Braz é pública, mas no direito eu preciso da provas. Por isso, é importante ter laudos do número de imóveis que estão despejando esgoto diretamente no rio para tomarmos uma providência jurídica – explica o promotor.

Veja o que o MPSC solicita para cada órgão:

– à Casan:

Que intensifique a fiscalização no entorno da área que compreende o Rio do Braz e apresente, no prazo máximo de 30 dias úteis, informações dos resultados alcançados a respeito do acordo firmado com os Governos Estadual e Municipal em reunião do dia 6 de janeiro. O inquérito ainda pede novos laudos para comprovar a a eficácia das medidas e também relatórios de análises dos efluentes da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Canasvieiras/Cachoeira do Bom Jesus/Ponta das Canas;

– à prefeitura:

Que a Vigilância Sanitária e Ambiental realize vistorias no entorno da área que compreende o Rio do Braz, que divide as praias de Canasvieiras e Cachoeira do Bom Jesus, no intuito de efetuar levantamento, mapeamento, identificação e notificação dos imóveis que possuem ligações clandestinas de esgoto doméstico. Além disso, a promotoria pede cópias de notificações efetuadas pelo programa “Se Liga na Rede”. O MPSC pede que o prefeito acompanhe os trabalhos do órgão;

– à Fatma:

A imediata reavaliação e, se for o caso, a cassação das licenças expedidas pela Fatma em favor da CASAN, sobretudo relacionada ao funcionamento da ETE de Canasvieiras/Cachoeira do Bom Jesus/Ponta das Canas. O documento ainda pede explicações à Fatma sobre a atuação do órgão quando o relatório de balneabilidade constata poluição em determinado local;

– à Aresc:

Para que o presidente da agência supervisione os serviços de saneamento básico prestados pela CASAN na área do entorno do rio do Braz. O MPSC pede ainda cópias de relatórios elaborados pela Aresc (antiga Agesan) sobre a atuação da Casan nos dois últimos anos.

– ao IGP:

Realização de vistoria no entorno da área que compreende o Rio do Braz e apresentação de laudo sobre os níveis de poluição hídrica na região, bem como a identificação, mediante trabalho conjunto, se assim o desejar, com a Diretoria de Vigilância em Saúde, dos imóveis que estão extravasando esgoto doméstico no rio.

(Diário Catarinense, 12/01/2016)