11 jan Poluição em Canasvieiras deixa trade turístico apreensivo
A poluição em toda a extensão da praia de Canasvieiras, no Norte da Ilha, em Florianópolis, deixa hotéis e bares apreensivos com o futuro da temporada de verão. Representantes da categoria estimam que cancelamentos e prejuízos devem ser inevitáveis. Uma reunião do trade turístico será realizada nesta segunda-feira, às 18h, para discutir o assunto e cobrar soluções dos órgãos responsáveis.
(Nota do editor Floripamanha.org: A FloripAmanhã vai participar da reunião através de sua presidente, Anita Pires, e do diretor Administrativo, Carlos Leite. )
O clima preocupante eclodiu na sexta-feira com a divulgação do primeiro relatório de balneabilidade divulgado em 2016 pela Fundação do Meio Ambiente (Fatma). Em Canasvieiras a notícia mais negativa: todos os oito pontos monitorados foram considerados impróprios para o banho.
— A reação é a pior possível. Muita gente já foi embora e muitos nem virão mais. Estamos apreensivos com o futuro da temporada. Não se sabe que o vai ser, muitos acabam cancelando e outros indo embora mais cedo — lamenta Estanislau Bresolin, presidente da Federação de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado de Santa Catarina.
Bresolin diz que a categoria vai cobrar ações urgentes dos órgãos responsáveis, por considera que a situação já era uma tragédia anunciada, principalmente em razão da poluição do Rio do Braz, em Canasvieiras, nos últimos 20 anos. O rio está visivelmente poluído e desemboca o esgoto direto no mar na região do trapiche, área em que historicamente é cheia de veranistas.
A reunião do trade será na Secretaria Municipal de Turismo. Bresolin antecipou duas medidas que serão apresentadas para amenizar a situação do Rio do Braz: represá-lo com sacos de areia e lacrar os pontos residenciais e de estabelecimentos comerciais que lançam esgoto.
A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de SC (Abrasel) também lamentou o quadro revelado pela Fatma sobre o Norte da Ilha. Para o presidente da Abrasel, Fabio Queiroz, os prejuízos já existem desde sexta-feira e causam preocupação em todo o trade da Capital:
— O prejuízo é para todo mundo, seja para os empresários e seja para quem já está aqui e não pode usufruir da praia. Já recebi relatos nesse sentido no fim de semana — disse Queiroz, prevendo discussão forte dos representantes em busca de solução definitiva para o problema.
Até agora, os órgãos responsáveis anunciaram que apostam na intensificação do programa Se Liga Na Rede, iniciativa entre Prefeitura e Casan — em que ficou estabelecido que esta última seja a responsável pela verificação do perfeito funcionamento do sistema de coleta e destinação de esgoto —, e na a limpeza do canal que liga o Braz ao rio Papaquara. A prefeitura informou ainda que vai exigir da Fatma que fiscalize e lacre pontos de poluição e que se uniu ao Ministério Público na cobrança por ações concretas.
Casan oferece assessoria técnica gratuita para ligações
A Casan divulgou neste domingo que vai disponibilizar assessoria técnica gratuita a quem estiver interessado em conectar de forma correta o imóvel à rede de esgoto no Norte da Ilha.
De acordo com a Casan, o último levantamento do programa Se Liga na Rede mostrou que 57% dos imóveis vistoriados na região de Canasvieiras e Cachoeira do Bom Jesus estão irregulares.
“O número recorde de pessoas no Norte da Ilha e a superlotação de alguns imóveis não conectados à rede estão aumentando os problemas de balneabilidade naquela região”, disse o superintendente Lucas Arruda por meio da assessoria de imprensa, acreditando que a orientação gratuita de um técnico pode estimular alguns proprietários a se regularizar e evitar mais danos.
A Casan disponibilizou o telefone (48) 3271.4510 para agendamento da orientação técnica gratuita. Mais informações podem ser consultadas no site www.casan.com.br.
(Diário Catarinense, 10/01/2016)