27 out A dois meses do verão, obras afetam acesso a praias de Florianópolis
A menos de dois meses para o início do verão, buracos provocados por obras prejudicam o acesso a algumas das praias mais procuradas por turistas em Florianópolis. No Ribeirão da Ilha, no Sul, a revitalização do calçamento da Rodovia Baldicero Filomeno provoca transtornos aos moradores, principalmente em dias de chuva. No Norte da Ilha, a instalação da rede de esgoto ocasiona desníveis no asfalto.
O G1 SC percorreu na quinta-feira (22) o trecho em obras no Ribeirão da Ilha. Em uma moto e com uma câmera acoplada ao capacete, a repórter mostra a dificuldade que moradores e visitantes enfrentam ao passar pelo local após chover. No vídeo (veja aqui), é possível ver que ônibus passam com dificuldade. Carros também são flagrados avançando para a calçada para desviar dos buracos.
Há quase quatro meses os moradores da localidade convivem com os buracos na principal via do bairro, desde que a obra de revitalização da Rodovia Baldicero Filomeno começou, em julho. O pavimento antigo foi retirado para ser substituído por outro, chamado de paver. O investimento é de R$ 1,2 milhão, segundo a Prefeitura de Florianópolis.
No bairro fica um casario açoriano e a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Lapa, muito visitados pelos turistas, além de restaurantes e praias. Mesmo com a obra, em outubro a prefeitura instalou placas turísticas na região Sul de Florianópolis indicando a Vila Gastronômica do Ribeirão da Ilha.
Término após o verão
A previsão inicial da Secretaria de Obras é de que a revitalização deve seja concluída após o verão, em março de 2016. Até esta sexta-feira (23) menos de 100 metros da obra haviam sido concluídos. Havia desníveis devido à chuva intensa da semana passada. Outros pontos do trecho estão em chão batido e com muitos buracos.
“É complicado para o nosso bairro, pois temos um fluxo intenso de veículos pesados”, afirma o presidente do Conselho Comunitário do Ribeirão da Ilha, Alvaro Dias. O trecho de calçamento na Freguesia do Ribeirão da Ilha tem 1,1 km, dos quais 800 metros receberão o novo material. Uma segunda etapa da obra deve colocar um pavimento especial no trecho com casario açoriano.
Poeira
Além da lama e dos buracos, os moradores tem enfrentado a poeira. Desde julho, quando iniciou a obra, após chover, uma camada de barro e areia é colocada na rodovia para tapar os buracos e dura até a próxima chuva. Com o fluxo intenso de veículos, os moradores do trecho em obras ficam com janelas e portas fechadas devido à poeira.
“Temos crianças, idosos que já apresentam problemas respiratórios. Já é um problema de saúde pública”, diz Alvaro. Os comerciantes locais também enfrentam problemas com a poeira. Na sexta-feira (23) uma nova camada de material foi colocada para preencher os buracos.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Obras informou que, quando o solo secar, uma camada asfáltica será colocada no local e que a Intendência do bairro será acionada para recuperação da rodovia.
Norte da Ilha
Na praia da Lagoinha, no Norte da Ilha, também bastante procurada por turistas, a situação da pavimentação da principal via do bairro preocupa moradores. A instalação da rede de esgoto, feita com recursos do governo federal e orçada em mais de R$ 4,5 milhões, foi iniciada em agosto e deve continuar até o fim do ano. Apesar de saberem da necessidade da obra, moradores reclamam da situação do asfalto após a passagem da tubulação.
Na Avenida Jornalista Jaime de Arruda Ramos, o asfalto vem sendo afetado. O recapeamento dos trechos por onde passa a tubulação é feito pela Casan, que contratou uma empreiteira para a execução da obra. Em alguns trechos, porém, o asfalto apresenta desníveis.
Há cerca de duas semanas, surgiu um buraco no meio de uma das pistas do pontilhão que passa sobre a pequena lagoa que dá nome à praia. “É um buraco oco, está muito perigoso passar por aqui”, dizia na semana passada a dona de casa Dilma Isolina dos Santos, moradora do bairro.
Motoristas precisavam passar pela contramão para desviar do buraco, correndo o risco de atingirem de frente os ônibus que descem naquele sentido. “Não sei como vai ser no verão”, disse Dilma.
Ponto quebrado
Outros moradores reclamam de um ponto de ônibus que foi danificado por uma batida de carro e seguia sem conserto. O mato avançava sobre o local.
Buraco foi fechado
Na ultima sexta-feira (23), a assessoria da Secretaria de Obras informou que o buraco não é de responsabilidade da prefeitura, mas informou que ele já havia sido fechado pela própria empreiteira responsável pelas obras de saneamento, conforme relato da intendência local.
Questionada sobre as causas e o tempo entre o surgimento do buraco e seu fechamento, a gerência de comunicação da Casan afirmou que a responsabilidade é da prefeitura e não confirmou ter sido a responsável pelo conserto do buraco.
Segundo a Casan informou em nota, “os moradores aproveitaram um cavalete da Empresa que estava na obra, que é próxima, para sinalizar o local, mas a Casan não está trabalhando naquele ponto”. Moradores afirmam, porém que a tubulação já havia passado pelo local onde surgiu buraco.
Sobre o recapeamento, a Casan informou que “a repavimentação está sendo feita dentro da possibilidade técnica, porque depois do trabalho de colocação da rede coletora sob a via, há necessidade de o solo assentar antes de passar a camada asfáltica”.
Chuva
Conforme a Casan, os trabalhos estão sendo dificultados por causa do clima. “Com o tempo chuvoso não há como colocar o asfalto. Sequer a usina que produz o asfalto está funcionando nos últimos dias”.
Ainda segundo a Casan, não foram recebidas reclamações da parte que já foi repavimentada. “Mesmo que a repavimentação esteja sendo feita apenas onde foi aberta a vala, o trabalho está sendo bem cuidadoso para não haver desnível na pista”. A previsão da Casan é de que os trabalhos sejam concluídos até o início de dezembro.
De acordo com a Secretaria de Mobilidade Urbana, o conserto do ponto de ônibus deverá ser feito até a próxima quarta (28), caso não chova.
(G1 Santa Catarina, 26/10/2015)