Grupos de ciclistas lutam por direitos, segurança e melhorias na infraestrutura em Florianópolis

Grupos de ciclistas lutam por direitos, segurança e melhorias na infraestrutura em Florianópolis

Basta circular pelas ruas de Florianópolis para constatar uma realidade cada vez mais evidente: as bicicletas estão tomando conta das ruas. E, com elas, os ciclistas que buscam ocupar espaços de direito em uma cidade que cada vez mais sofre com a mobilidade urbana, ou a falta dela. Seja para chamar a atenção da sociedade por conta das frequentes mortes no trânsito com a instalação de “bicicletas fantasmas”, para clamar por direitos e segurança ou para pedalar em grupos, os movimentos de bikes têm ganhado cada vez mais adeptos daqueles que procuram alternativa para o trânsito caótico e congestionado do dia a dia.

Apesar de a consciência da população acerca do uso de bicicletas ter melhorado nos últimos anos, a luta dos cicloativistas está longe do fim: eles buscam a melhoria da infraestrutura da cidade, a redução da velocidade dos carros e políticas públicas voltadas à real inclusão de ciclistas no trânsito. Após ser atropelado por um carro na rua Osni Ortiga, na Lagoa da Conceição, enquanto andava de bicicleta, em 2006, o biólogo Daniel de Araújo Costa, 48 anos, ficou dois anos sem pedalar. Mas a paixão de criança pelo ciclismo falou mais alto e, desde 2008, ele resolveu voltar à ativa.

Costa foi eleito presidente da ViaCiclo (Associação dos Ciclousuários da Grande Florianópolis), entidade que promove desde 2001 grupos de pedais, participa de debates e integra os usuários de bicicleta na região. Assim, a mobilização por um trânsito mais humano ganha adeptos a cada dia. “O carro distancia as pessoas da rua. Com a bicicleta, percebemos a cidade, as pessoas se conhecem, se ajudam, e se torna algo solidário. São poucos ciclistas que morrem no trânsito pela quantidade que temos de acidentes no Brasil, mas quando acontece, a gente se articula para mostrar que poderia ser evitado”, diz. Em 2013, no último relatório do Ministério da Saúde, 45 mil pessoas perderam a vida no trânsito, das quais 3% eram ciclistas.

Para Júlio Fernandes, 45, criador do grupo Pedal de Quinta e do projeto Bike Anjos, que ensina pessoas a andarem de bicicleta no trânsito, a pulverização de diferentes grupos é um instrumento natural de mobilização. “Ajuda a conscientizar os motoristas, até pela questão de os ciclistas estarem em grande quantidade na rua. Com isso, criou-se uma rede de articulação grande. Temos vários pequenos líderes que, cada um a sua maneira, ajudam a reivindicar o respeito e os direitos dos ciclistas”, afirma.

Reivindicação de direitos e segurança

Por meio das redes sociais, blogs, sites e do “boca a boca”, os ciclistas se organizam para promover mobilizações com diferentes focos: reivindicar direitos, ajudar outros a pedalar, se exercitar, interagir com outras pessoas ou até mesmo por lazer. Exemplos disso são eventos fixos, como o Bicicletada Floripa, iniciativa mundial e que na Capital ocorre sempre na última sexta-feira do mês para clamar por direitos; ou eventos esporádicos, como a Pedalada do Rio Vermelho, que reuniu 70 moradores da região no mês passado pedindo calçadas e ciclovias na SC-406.

Leia na íntegra em Notícias do Dia Online, 17/10/2015