23 jan O turismo segura as pontas
Única capital brasileira a registrar saldo positivo no emprego em dezembro de 2008, Florianópolis garantiu a criação de 1.161 novos postos, fundamentalmente, pela importância do turismo na economia da cidade. As contratações temporárias, feitas para assegurar aos setores de comércio e serviços bom atendimento na alta temporada, compensaram a maior queda dos níveis de emprego registrada em todo o país num mês de dezembro.
Além de Florianópolis, Imbituba e Laguna, ambos municípios turísticos, também tiveram geração de emprego em dezembro, segundo o levantamento do Ministério do Trabalho. Conforme o coordenador estadual do Sistema Nacional de Emprego (Sine/SC), Rodrigo Minotto, ainda não ficou claro o motivo do desempenho de Florianópolis em relação a outras capitais turísticas, como Rio de Janeiro, onde foram fechadas 8.109 vagas, ou Salvador, com saldo negativo de 4.542 empregos.
Algumas avaliações consideram Florianópolis a bola da vez no turismo nacional. Mas o fato de não ter uma forte indústria, setor que liderou as demissões em dezembro no resto do país, também colaborou.
– Alguns motivos podem ser a facilidade de locomoção de Florianópolis, o fácil acesso e a segurança pública, que conferem à Capital catarinense esta preferência e a diferencia de outras capitais litorâneas, onde há mais violência – sustenta Minotto.
– Em Florianópolis, o peso do turismo é maior. Comércio e serviços são, na sua maioria, voltados para os turistas, portanto, contratam mais mão-de-obra temporária – avalia o coordenador de Educação do Dieese, Nelson Karam.
Vagas criadas não serão mantidas
Para o presidente do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Florianópolis, Tarcísio Schmitt, não surpreende o fato de Florianópolis ter se destacado.
– É uma das menores capitais do Brasil e uma das poucas que é só turística, com pouca ou nenhuma força industrial. Além disso, Florianópolis é um dos destinos turísticos mais procurados do país atualmente, o que fez com que todos os setores que atendem os visitantes contratassem pessoal. Mas são empregos que não vão se manter. Não há como absorver esta mão-de-obra.
(Simone Kafruni, DC, 23/01/2009)