14 set Fenaostra abre 16ª edição com ostras certificadas, concurso de gastronomia e oficinas de culinária
Ao bafo, à milanesa, gratinada, com vinagrete. No pastel, no escondidinho ou in natura. Das produções do Ribeirão da Ilha e de Santo Antônio de Lisboa para os pratos da Fenaostra (Festa Nacional da Ostra e Cultura Açoriana). Um dos principais frutos do mar catarinense ganha destaque de 16 a 20 de setembro, com a 16ª edição da festa, que tem no molusco o principal atrativo.
Pela primeira vez, todas as ostras da festa estarão certificadas pela Cidasc (Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina). Os quatro produtores que abastecerão a Fenaostra tiveram que se adequar às normas sanitárias e de higiene para garantir a qualificação.
É o caso de Dário Gonçalves, 54, dono do restaurante Rancho Açoriano e também da fazenda marinha Rancho Açoriano. Ele faz produção e cultivo no Ribeirão da Ilha e participa da Fenaostra desde a primeira edição. Somente a empresa produz 2 milhões de ostras por ano, para consumo em seus dois restaurantes. Para ganhar o certificado e se adequar às normas, Dário calcula que investirá cerca de R$ 20 mil.
“Fiz um espaço que terá uma barreira sanitária, onde só entram pessoas devidamente higienizadas para trabalhar com a ostra. É ali que a ostra vai receber a dosagem certa de cloro para não deixar nenhuma impureza. Se nossa ostra já era boa, vai ficar ainda melhor”, comenta. Dário pretende, a longo prazo, revender para outros restaurantes.
Outra novidade deste ano da Fenaostra é para quem gosta de pôr a mão na massa e aprender a cozinhar na prática. Durante todos os dias do evento, haverá oficinas de culinária catarinense e também um concurso para chefs e estudantes de gastronomia mostrarem suas habilidades e criatividade com as ostras.
Certificação garante qualidade e higiene
Com o certificado estadual provisório, o Rancho Açoriano e outros três produtores (Freguesia Oyster Bar, Paraíso das Ostras e Empório do Mar) terão que adequar a infraestrutura e passarão por inspeções periódicas da produção para assegurar a qualidade das ostras. Para serem aprovadas, as ostras terão que ser mergulhadas em águas hipercloradas para retirar todas as impurezas. Haverá controle de pragas, e os moluscos só sairão da empresa dentro de embalagens plásticas com selo de inspeção, data de fabricação, validade e origem.
“Todos saberão de onde o produto veio e para onde vai, se a água foi controlada, por onde passou, saber a procedência de tudo”, explica Sérgio Silva Borges, gerente de inspeção da Cidasc. Um veterinário responsável por fiscalizar os produtores fará quatro horas semanais de inspeção em cada empresa.
Para a secretária de Turismo de Florianópolis, Zena Becker, a certificação é a garantia de segurança de qualidade para quem vai consumir as ostras na festa e também para quem as produz. “São muitas adequações, mas foi um caminho que valeu a pena, e com certeza os produtores vão vender os louros que esta certificação trará para seus negócios”, assegura.
Costume local é reconhecido e difundido
A Fenaostra valoriza o artesanato local, com 43 estandes montados, e uma série de apresentações culturais durante os cinco dias de festa. Bandas locais, boi de mamão, bernunça, maricota, rendeiras, grupos de humor e dança estarão presentes. A programação detalhada ainda não foi divulgada pela Secretaria de Turismo.
Em homenagem ao Mercado Público, os espaços da Fenaostra terão nomes relacionados ao prédio histórico.O Sesc (Serviço Social do Comércio) montará o Espaço Ciranda da Imaginação, para crianças de 0 a 12 anos. O local vai resgatar brinquedos e brincadeiras tradicionais. A expectativa da secretária de Turismo, Zena Becker, é de que a festa atraia 30 mil pessoas.
Na 16a edição, a Fenaostra se tornou um evento esperado. Como incentivo à produção maricultora e também como produto turístico, a festa se consolida ano após ano. “Temos a intenção de que a Fenaostra se torne uma grande festa para o turista. Hoje é uma escala pequena, mas deve crescer para se tornar um ícone. Ela é feita para a população local, mas também divulga uma cadeia produtiva que gera economia para a cidade por meio da ostra”, aponta.
Concurso culinário e aulas gratuitas ampliam sabores
O concurso cultural gastronômico Fenaostra Crative City, que será realizado durante a festa, pretende estimular novas formas de preparo de pratos à base do molusco. As inscrições já se encerraram para as duas categorias: profissional, para chefs e cozinheiros de bares e restaurantes; e acadêmica, para alunos de gastronomia. Os vencedores serão premiados com uma viagem para a Espanha para participar de um fórum internacional de gastronomia. O evento para os profissionais será realizado na sede da Unisul, na quinta-feira, às 9h. A disputa para os acadêmicos será na sexta, na Estácio/Assesc, às 9h.
Para quem gosta de cozinhar, mas não é profissional, o Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) oferecerá 12 oficinas gratuitas voltadas para a gastronomia catarinense. Cada aula terá de 1h a 1h30 e será ministrada por professores do Senac. “Todos os pratos que serão feitos nas oficinas fazem parte da pesquisa que compôs o relatório de cidades criativas da Unesco. Tem peixe com pirão, galinha ensopada, entrevero, ostra, sushi, marreco recheado, polvo crocante”, explica Sabrina Gomes Dias, coordenadora da área de turismo e gastronomia do Senac.
Os pratos foram divididos em três segmentos: culinária do litoral, do interior e contemporânea. As inscrições para as oficinas poderão ser feitas na hora no estande do Senac na Fenaostra. No local, será montada uma cozinha, onde os chefs ministrarão as aulas, que terá 20 vagas para cada oficina.
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