04 set Renovemos nossa paciência com as obras da ponte
(Por Carlos Damião, Notícias do Dia Online, 03/09/2015)
Quanta bobagem se escreve ou se diz sobre a Ponte Hercílio Luz. Se as obras estivessem paradas, se não houvesse dinheiro, se o governador Raimundo Colombo tratasse a reforma com desdém, se não houvesse possibilidade de reutilização da travessia entre ilha e continente… Talvez eu também fizesse coro às conclusões apressadas, muitas delas expressas por quem não entende nada de engenharia e de patrimônio histórico. “Desmontar a ponte e construir outra” é uma dessas coisas que se ouve muito por aí.
A ponte é patrimônio histórico e artístico tombado. É lei. “A ponte é uma mãe generosa, já amamentou muitos políticos” é outra frase recorrente, referindo-se ao quanto já foi gasto na sua recuperação – sem que jamais se apresentem fatos concretos sobre os supostos desvios, e sem se levar em conta que, ao contrário das pontes de concreto, uma ponte de ferro necessita de manutenção diária. Isso tem um custo, que não pode ser somado aos custos da recuperação física. Em suma, é preciso renovar a paciência. A ponte, apesar do seu aspecto bruto, é um monumento delicado e oneroso, mas certamente poderá voltar a ter a sua utilidade, pelo menos para o trânsito leve, passagem de pedestres e ciclistas ou transporte coletivo.