21 ago Luz fraca no fim do túnel
(Por TARCÍSIO SCHMITT*, DC, 21/08/2015)
Por estar diretamente relacionado a períodos festivos, de folga, férias e outros fatores que remetem à alegria e ao bem-estar, o turismo tem uma característica inerente aos seus agentes, a de evitar comentar sobre momentos difíceis. Não se trata de tapar o sol com a peneira, de forma alguma, mas de um costume quase que inconsciente de manter a aura dos destinos intocada e atrativa ao público. Porém, diante do registrado nos últimos meses, tenho a obrigação de colocar o dedo na ferida e falar que o segmento não passa por seu melhor momento. A crise econômica, se afeta de alguma forma todos os negócios, infelizmente, é ainda mais implacável com o turismo e o entretenimento em geral. A constatação é óbvia: com menos dinheiro, corta-se o “supérfluo”, no caso, a diversão e os investimentos em lazer.
No primeiro semestre de 2015, experimentamos quedas sucessivas na taxa de ocupação dos hotéis e pousadas da Grande Florianópolis em relação a 2014. Passada a ressaca da Copa do Mundo e das festas de Natal e Réveillon, tivemos o inevitável baque de um ajuste econômico inadiável, justamente na hora em que todos precisavam quitar dívidas contraídas no período. Na impossibilidade, reduzimos drasticamente as viagens, os almoços e jantares em restaurantes e as baladas que tanto nos ajudam a arejar a cabeça nos fins de semana.
Diante de cenário tão desolador, é obrigação do setor de hotéis, bares e restaurantes buscar alternativas para, ao menos, diminuir o baque. Um desafio e tanto: como elaborar promoções, economizar e, ao mesmo tempo, manter a excelência? Dizem que a palavra crise pode ser trocada por oportunidade. Apesar de complicado, é nisso que os empresários do setor devem estar focados. A crise nos trouxe a alta do dólar, o que pode contribuir para viagens de brasileiros em seu próprio país, mas temos de ficar de olho. Os Estados Unidos, por exemplo, sabem disso e seu trade está barateando estadias e passagens. Precisamos correr, pois não sabemos quando tudo vai passar.
*Presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares da Grande Florianópolis