Ex-superintendente do IPUF diz que a política influenciava nas ações do diretor de operações

Ex-superintendente do IPUF diz que a política influenciava nas ações do diretor de operações

A CPI dos Radares da Câmara de Vereadores de Florianópolis ouviu nesta quinta-feira, 25, o depoimento da ex-superintendente do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (IPUF), Vanessa Maria Pereira, que ficou no órgão durante um ano e meio.

A arquiteta, que garantiu ter assumido a função a convite do então secretário Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (SMDU), Dalmo Vieira Filho, por inúmeras vezes afirmou ter tido problemas com o diretor de operações do IPUF na época, Adriano Melo, indiciado pela Polícia Federal na Operação Ave de Rapina.

No depoimento, ela  garantiu que a influência política determinava as ações do então diretor. “Um funcionário disse que o Adriano só fazia o que era de interesse dos padrinhos dele e que ele não iria me obedecer.” Prova disso foi a solicitação da superintendente em colocar uma placa de “Proibido Estacionar”, ato que só foi realizado um ano depois.

“Eu sempre fiquei muito furiosa quando ele fazia contratos. Quando eu questionava diziam que ele não era capacitado, mas que era muito bem relacionado, principalmente com os vereadores. Quando eu entrei no IPUF ele disse que os padrinhos políticos dele eram o presidente da Câmara, César Faria, e Tiago Silva, o vereador mais votado de Florianópolis”, disse.

Contratos

Quanto aos contratos e a relação de Adriano com as empresas Sinasc, responsável pela sinalização, Kopp, pelos radares, e Focalle, pelos semáforos, Vanessa informou que o contato de Adriano com os proprietários da Sinasc era muito frequente e a pressão para fazer aditivo também. “O Adriano ia todos os dias na minha sala para falar desse processo da Sinasc, dizendo que não tinha mais como colocar placa ou pintar faixa. Eu me senti bastante pressionada”, confessou.

Vanessa acabou assinando o aditivo contratual com a empresa, respaldada pela assessoria jurídica do órgão. Apesar disso, admitiu que se arrependeu de ter assinado o documento.

Mais depoimentos

Os outros dois convocados desta quinta-feira, Walmor Nascimento e Davi Nascimento, proprietários da Artmil, empresa contratada pela Kopp para fazer a manutenção dos radares em Florianópolis, não compareceram e não justificaram. Ambos, pai e filho, serão convocados novamente.

(De olho na ilha, 25/06/2015)