23 jun BR-101: contorno viário e populismo
(Por Moacir Pereira, DC, 23/06/2015)
Está confirmada para amanhã reunião decisiva na Agência Nacional de Transportes Terrestres, em Brasília, para definição do traçado do contorno viário da BR-101 na Grande Florianópolis. Uma discussão que se arrasta por anos. Um contorno que está previsto no contrato de concessão da ANTT com a Autopista Litoral Sul e que ficou anos em intermináveis discussões sobre o melhor projeto, depois de já aprovado o original. Mudou em decorrência de ato irresponsável do então prefeito da Palhoça, Ronério Heiderscheidt (PMDB), que autorizou a construção de um conjunto habitacional justamente no terreno onde passaria o contorno viário.
O novo projeto foi submetido ao Ibama e à Funai e, segundo o presidente da ANTT, Jorge Bastos, liberaram todas as licenças. Por pressão da prefeitura de Palhoça, veio agora a proposta de nova mudança na saída sul do contorno, pela BR-282, que seria quadruplicada. Uma alternativa infeliz, pois o trecho da BR-282 perto do viaduto de Palhoça já vive congestionado sem o contorno.
O engenheiro Ricardo Saporiti, que acompanha os projetos e fiscaliza as rodovias federais em Santa Catarina, traz outro dado de arrepiar. Se a Autopista executar o projeto original vai ter de investir R$ 22,7 milhões. Se terminar na BR-282, os custos passam para R$ 227 milhões (primeira opção), R$ 234 milhões (segunda) e R$ 245 milhões (terceira). Pior: neste caso será necessário pedir novas licenças ambientais.
Mais grave: com o aumento dos custos tudo será repassado nas tarifas de pedágio.