26 maio Novos imigrantes, velhas práticas
(Por Visor, DC, 26/05/2015)
Desde que o mundo é mundo, o ser humano vaga de um lugar para o outro. Antes era só em busca de alimento. Depois vieram a posse da terra, o trabalho e as regras, base do modelo de sociedade organizada. Atualmente, a maioria das pessoas migra em busca de casa, educação para os filhos e melhores condições de vida. Há até os que mudam de país só porque não concordam com o resultado das eleições ou com o preço do plano de saúde.
O movimento está no DNA da raça. Uma espiadinha na obra Êxodos, do fotógrafo Sebastião Salgado, ajudaria a entender como funciona a cabecinha do bicho-homem. Mas até hoje, em pleno século 21, também há os que fogem da fome, da guerra ou das tragédias naturais. São sobreviventes. E tudo o que eles buscam é dignidade. Querem condições de viver apenas do suor do trabalho. Aliás, atire a primeira pedra aquele que não for fruto da miscigenação.
Todos temos sangue negro, índio, europeu ou oriental. Então sem essa paranoia de que 18 haitianos e 25 senegaleses vão roubar nossos empregos, invadir nossas casas. Há pelo menos quatro anos, desde o histórico terremoto que destruiu o Haiti, este fluxo migratório vem se intensificando no Sul sem nenhuma ocorrência mais grave. Já são 2,5 mil haitianos com carteira de trabalho assinada em SC, Estado que tem 72 mil postos de trabalho abertos. Ou seja, esta polêmica em torno do imigrantes vai passar em breve.
E eles poderão tocar a vida, quem sabe ajudar parentes distantes e seguir o curso da vida. Porque o tempo não para.