24 nov Reservas para Réveillon abaixo das expectativas
As reservas estão parecidas com as do ano passado e está havendo mais dificuldades em fechar negócios.
As festas de fim de ano são consideradas o primeiro grande indicador do movimento de turistas para a temporada de verão, pois são a maior concentração de público na capital no ano. As primeiras estimativas não confirmam o otimismo inicial dos empresários do setor turístico da Ilha para o verão 2009. Na avaliação do presidente da regional dos Ingleses da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (ACIF), Luciano Pereira Oliveira, proprietário do Hotel Costa Norte, as primeiras reservas estão muito semelhantes às do ano passado. “As pessoas estão fazendo muita pesquisa, mas está havendo mais dificuldade em fechar negócio”, afirma Pereira Oliveira. Mesmo assim, ele estima que já conte com cerca de 65% dos apartamentos fechados para o Réveillon. O presidente da ACIF lembra que a alta do dólar, que é considerada um fator positivo para a vinda de visitantes estrangeiros, não tem muita influência nessa data. “O principal movimento do fim de ano é de brasileiros, os argentinos e uruguaios geralmente vêm na primeira semana depois do Réveillon”, explica.
Já o vice-presidente do Sindicato dos Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares de Florianópolis (Shbrs), Stanislau Emílio Bresolin, acha que estão sendo feitas até menos reservas neste ano do que no mesmo período de 2007. “Tem sido assim o ano todo, em parte porque não tivemos feriadões, quase todos caíram no fim de semana, e nos últimos dias choveu muito na capital”, afirma Bresolin. Ele acredita, no entanto, que ainda não há um parâmetro claro de como irá se comportar o movimento de turistas durante as festas do fim de ano.
Ele afirma que, apesar da perspectiva otimista de presença dos estrangeiros devido à valorização do dólar e da temporada mais longa por causa do Carnaval mais tarde em 2009, também há temores de que a recente crise econômica internacional esteja deixando o público receoso em gastar com férias. “As pessoas não planejam tanto quanto se pensa, as reservas são feitas em cima da hora e muitos podem estar desistindo por medo de piora na situação da economia”, analisa Bresolin. O presidente da regional da ACIF de Ingleses também acredita nessa possibilidade. “Vamos esperar para ver como fica em dezembro”, avalia. O Hotel Costa Norte está presente em Ingleses e Ponta das Canas, com 200 leitos em cada filial e um quadro total de 150 funcionários para atender os hóspedes da alta temporada.
Temporada abrirá sete mil vagas temporárias na Ilha
A temporada de verão, que concentra a maior oferta de trabalho na capital durante todo o ano, aproxima-se com forte apreensão do empresariado, devido às intensas turbulências da economia mundial. O vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Santa Catarina (ABIH/SC), Luciano Schroeder, proprietário do Hotel Moçambique, em Canasvieiras, avalia que, em princípio, as contratações dos estabelecimentos turísticos e comerciais desta temporada deverão ficar nos mesmos níveis da anterior, entre sete e oito mil na Grande Florianópolis, mesmo número estimado pelo Sindicato dos Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares (Shbrs) de Florianópolis. Ocupa lugar de destaque o norte da Ilha, que responde sozinho por cerca de metade desse total, ou até quatro mil empregos temporários. “Em todo o estado, a região fica atrás apenas de Balneário Camboriú”, analisa o empresário. O período de contratações inicia em outubro e atinge seu auge em dezembro, às vésperas do Natal e Réveillon.
Além das preocupações com o cenário econômico, o setor também ressente-se da falta de mais mão-de-obra qualificada para o atendimento da temporada. Muitas pessoas que procuram as vagas disponíveis ainda chegam sem nenhuma experiência nem qualificação na área, se propondo a ser “faz-tudo”. Schroeder lembra que é importante contar com um curso certificado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio (Senac) ou Serviço Nacional de Aprendizagem da Indústria (Senai), não necessariamente na área de hotelaria e turismo. Essas instituições, assim como a Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (ACIF) e o sindicato dos hotéis e bares oferecem diversos cursos de atendimento e serviços, inclusive gratuitos, durante todo o ano. O Shbrs estima que cerca de 20% das pessoas contratadas para a temporária acabam sendo efetivadas na vaga.
(Alexandre Winck, Jornal Folha do Norte, 23/11/2008)