11 maio Um ano após deixarem o Mercado Público, peixarias se preparam para retornar à ala sul em junho
Quem gosta de frutos do mar frescos não tem dúvida: o Mercado Público de Florianópolis é o lugar certo para comprar camarão, tainha, bacalhau ou sardinha. Um ano após saírem do Mercado para montarem barracas temporárias no Terminal Cidade de Florianópolis, por conta das obras de restauração na ala sul, os peixeiros se preparam para retornar no dia 19 de junho ao tradicional ponto de venda. Entre comerciantes novos e antigos, 13 peixarias funcionarão na ala sul. E para melhorar a imagem e a disponibilização dos produtos, todos os boxes serão padronizados. Na próxima semana, os comerciantes vão se reunir para avaliar como está a fabricação de todo o mobiliário para os boxes.
A ala sul está em obras desde junho do ano passado. A ala norte foi restaurada entre novembro de 2013 e junho de 2014, quando foi reaberta.
Para atrair a clientela de volta ao Mercado, os comerciantes garantem produtos de qualidade, mas sem reajuste de preços. “Vamos levar de volta o que conquistamos há mais de 30 anos no Centro: o bom atendimento, a qualidade e a simpatia que todo mundo já conhece”, diz Marcelo Jacques, 44 anos, que comanda com os quatro irmãos a Peixaria do Chico.
Três das 13 peixarias são novas, incluindo uma especializada em bacalhau e outra do Mercado Público de Itajaí que abrirá uma filial na Capital. “As peixarias terão os mesmos tipos de balcões, só trocarão as placas de identificação. Será criado um padrão, para que não fique uma bagunça e seja mais bonito visualmente”, diz Aldonei Brito, presidente da Associação dos Comerciantes do Mercado Público.
Tradição familiar
Para garantir a venda do camarão laguna, do manezinho e da tainha, Marcelo Jacques, que trabalha há 32 anos no Mercado Público, aposta na manutenção dos preços e em promoções para atrair os clientes. “Vamos trazer o público de volta, movimentar o Mercado e mostrar que estamos de volta”, diz.
Após a morte do pai, Francisco Martiniano Jacques, o Chico Peixeiro, há dois anos, Marcelo e os quatro irmãos não titubearam em dar segmento aos negócios. Participaram da licitação para o novo mix do Mercado e abrirão três peixarias: a tradicional Peixaria do Chico (box 10), a Pescados Dededa (box 11) e a Amipesca Pescados (box 27). “As peixarias movimentam muito o Mercado inteiro, não só a ala sul, então todos os comerciantes estão na expectativa de que a gente também abra para o Mercado funcionar como um todo”, afirma. Com as três peixarias, Marcelo calcula um investimento de cerca de R$ 300 mil.
Para o comerciante, a mudança temporária para o terminal foi uma forma de garantir o emprego dos trabalhadores das peixarias e a venda dos pescados durante a reforma. “Ganhamos nossos trocados aqui durante esse tempo e temos que agradecer à prefeitura”, diz.
Reinício para retomadas nas vendas
Dona da Pescados Ventania, Ana Lúcia de Souza, 48 anos, espera que o retorno das peixarias para a ala sul ajude a elevar o número das vendas que, segundo ela, caiu bastante no Terminal Cidade. “O pessoal desce no Ticen e aqui fica longe, então muita gente não vem. Será um reinício, com a exigência de ser tudo mais bonito e com mais movimento”, diz a comerciante dos boxes 23 e 24.
Ana Lúcia comanda a peixaria há dois anos com o filho. A família sempre esteve envolvida com pescados. O ex-marido é peixeiro e até hoje manda mercadorias do Rio Grande do Sul para vender aqui em Florianópolis. “Quando abre a safra de lá eles (ex-marido e filho) trazem os peixes para cá”, conta.
Com investimentos entre R$ 150 mil e R$ 200 mil para a reforma dos boxes, Ana Lúcia também garante que o preço dos produtos não aumentará, mas é cética quanto à abertura do Mercado ainda em junho. “Deram um prazo de que seria rápido, mas está demorando muito”, critica.
Filial de Itajaí
Telma Canella de Oliveira, 42 anos, está na expectativa de abrir seu box em Florianópolis e trazer para cá a experiência de 16 anos com a peixaria que mantém no Mercado Público de Itajaí. “Em Florianópolis o mercado é mais amplo, competitivo, e a cidade só tem a ganhar com o novo mix”, diz.
Telma decidiu apostar em um mercado em que os peixes e os frutos do mar fossem um dos pontos fortes da cidade. Com a reabertura da ala sul, ela vai inaugurar a Saimar Pescados, filial da unidade de Itajaí, no box 21. Além de se dividir entre as duas cidades para comandar os negócios, Telma garante que a relação entre Itajaí e Florianópolis será também nos produtos. “O que tiver de melhor em Florianópolis vou levar para Itajaí e vice-versa. Polvo e peixes como garoupa e robalo da pesca artesanal trarei do porto de Itajaí e, principalmente a tainha vou levar de Florianópolis”, explica.
Por ser uma cidade turística e em que os frutos do mar são bem valorizados, Telma está confiante no sucesso do novo negócio. “O Mercado é o melhor lugar para se vender peixe, muito melhor do que uma peixaria de rua. Com a padronização dos boxes o Mercado ficará mais organizado, mais limpo”, acredita.
(Notícias do Dia Online, 09/05/2015)