Obras de mobilidade mudam a cara da região Sul da Ilha, em Florianópolis

Obras de mobilidade mudam a cara da região Sul da Ilha, em Florianópolis

O anda e para dos veículos no trânsito pode estar com os dias contados em Florianópolis, pelo menos em algumas regiões. Se no Norte da Ilha a duplicação da rodovia SC-403 e a construção do elevado de Canasvieiras, na SC-401, estão quase finalizadas, no Sul, importantes obras começam a sair do papel e dão uma perspectiva de maior mobilidade urbana. Principal demanda da região, o elevado do Rio Tavares já está em processo de execução, ainda em fase inicial.

Os trabalhos começaram no dia 27 de abril, com uma pesquisa topográfica e arqueológica que busca preservar vestígios de tribos indígenas que, possivelmente, viveram no local há milhares de anos. “Estamos em uma etapa preliminar, que compreende o estudo arqueológico e a delimitação dos pilares de sustentação. Assim, vamos ter a possibilidade de saber onde podemos iniciar a cravação dos pilares e onde será preciso um estudo arqueológico mais aprofundado”, disse o engenheiro Rafael Hahne, secretário de Obras do município.

Até o momento, vestígios de sambaqui (depósito de conchas e ossadas) foram encontrados apenas na área onde será erguido o segundo dos sete pilares de sustentação do elevado, por isso, a construção deve ser iniciada em outros trechos. De acordo com Hahne, todo material encontrado será doado para o museu da UFSC. “A obra é um desafio por ser uma região sensível ao trânsito, com uma série de dificuldades técnicas de engenharia, e, agora, tem mais esse desafio que é não perder um patrimônio histórico”, afirmou.

Com custo estimado em mais de R$ 14 milhões e prazo de 18 meses para execução da obra, o secretário acredita que o elevado irá desafogar o trânsito na região, mas não irá resolver o problema completamente. “Esse é um prazo apertado, mas é exeqüível. Temos uma solução pontual, não podemos achar que o elevado vai resolver o problema da (rodovia) SC-405 ou da própria ligação com a avenida Pequeno Príncipe ou com o rio Tavares. Ele vai garantir uma segurança que, hoje, não existe”, avaliou Hahne.

Mudança de trânsito durante as obras

O elevado terá cerca de 220 metros de extensão, e uma obra desta proporção pode ocasionar transtornos para os moradores da região. Para evitar que o fluxo de veículos seja ainda mais caótico durante os trabalhos, as vias terão importantes alterações de trânsito. “Por um pedido da polícia rodoviária estadual, provavelmente teremos mudanças. Quem sai do Rio Tavares, não vai poder entrar para o Sul da Ilha nesse ponto. O desvio terá que ser feito pela rua Pau de Canela e pela avenida Campeche”, indicou Hahne.

Com esse impedimento, haverá outra mudança significativa. “Vamos implantar um desvio do trânsito para poder fazer uma continuação do fluxo no sentido Campeche-Centro. Quem sai do Rio Tavares vai passar direto (para a SC-405), assim como quem sai do Campeche em direção ao Centro. Esse cruzamento, que hoje é um dos grandes conflitos que temos ali, vai deixar de existir. Vamos ter dois fluxos, e eles vão se negociar ali na frente do posto de gasolina”, completou o secretário de obras.

Ponte sobre o rio Tavares

Outra obra na região está em ritmo avançado e deverá ser entregue antes do prazo previsto. A construção da nova ponte sobre o rio Tavares, na via que dá acesso ao aeroporto Hercílio Luz, está na etapa de concretagem da superfície, restando, em seguida, apenas a colocação dos muros de proteção lateral e a construção de uma ciclovia ao lado das duas pistas destinadas aos veículos.

Com custo total de R$ 19,3 milhões, a obra deve ser finalizada até maio de 2016, mas, segundo funcionários da empresa responsável pela ponte, é provável que seja entregue no começo do segundo semestre deste ano. Mas, como nem tudo que reluz é ouro, concluir a obra não significa poder utilizá-la imediatamente.

A ponte é vital para viabilizar a ligação da Via Expressa Sul e da rodovia SC-405 à Avenida Dep. Diomício Freitas. O problema, porém, é que o governo estadual rescindiu o contrato com a construtora responsável pela duplicação desta avenida e as obras estão paralisadas há mais de um ano. Enquanto a execução dos 8,7 quilômetros de via não for levada adiante, a nova ponte sobre o Rio Tavares ligará lugar algum a lugar nenhum.

Vias menores também ganham atenção

Elevado, duplicação de rodovias e novas pontes saltam aos olhos da população, mas pequenas vias de trânsito também merecem atenção do poder público. Também na região Sul, está programado para hoje o início da recuperação asfáltica da rodovia Baldicero Filomeno, no Ribeirão da Ilha. A recuperação asfáltica é um processo contínuo de manutenção e essa é a maior via do município, com mais de 22 km de extensão. Começamos esse processo de pavimentação em vários pontos, porque temos uma demanda reprimida grande”, afirmou Hahne.

Perto dali, entre o Morro das Pedras e o Campeche, um antigo desejo dos moradores da Servidão Coruja Dourada começou a ser atendido. “O Campeche é o segundo maior bairro em número de ruas não pavimentadas no município (o primeiro é o Rio Vermelho). Sou funcionário da prefeitura há 14 anos e há 14 anos que vejo pedidos daquela comunidade por essa pavimentação. Agora, está saindo”, disse o secretário de Obras.

Obras garantem lazer no Sul e no Leste da Ilha

Não é só o trânsito que merece a atenção das autoridades. Áreas de lazer são importantes para os moradores da cidade, além de funcionarem como pontos turísticos na alta temporada. Na Costeira do Pirajubaé, uma nova pista de skate deverá ser entregue até meados de agosto. “Florianópolis, hoje, é o maior celeiro de profissionais. Só no Rio Tavares são mais de 16 pistas particulares, então, temos que fomentar o esporte”, afirmou Rafael Hahne.

No Leste da Ilha, importantes obras de revitalização também estão dando novos ares às vias. Com cerca de um ano de atraso, estão quase prontas a calçada de passeio e a ciclovia na Rua Osni Ortiga, às margens da Lagoa da Conceição. “Antes, essa era uma área inútil. É uma ótima obra, que possibilita uma caminhada ou um passeio com os cachorros. É tão bonito, é um ponto que acaba, também, chamando para o turismo”, disse Caroline Murata, 33, bancária.

(Notícias do Dia Online, 07/05/2015)