Os dilemas do Camelódromo Centro Sul

Os dilemas do Camelódromo Centro Sul

(Da Coluna de Carlos Damião, ND, 24/02/2015)

A situação dos comerciantes do Camelódromo Centro Sul, localizado no Aterro da Baía Sul, está praticamente definida pela Justiça Federal. Eles têm que desocupar o imóvel – construído irregularmente no local – até esta quinta-feira, dia 26.

São 154 boxes, quase todos micronegócios familiares, que empregam pelo menos uma pessoa, ajudando a reduzir as desigualdades sociais em Florianópolis. Para onde vão esses micronegócios, baseados na comercialização de diferentes tipos de produtos nacionais ou importados?

Vão voltar para as ruas, como era antes, tumultuando ainda mais a região central da cidade? Algo precisa ser feito, eles precisam de apoio da prefeitura, como receberam no passado, para que possam continuar suas atividades.

Sem entrar no mérito da decisão judicial, mas já entrando, esperamos que a desocupação do galpão não transforme a região, como houve com o Direto do Campo e com o estacionamento da Comcap, num reduto de traficantes e consumidores de drogas.

Claro que o Judiciário não tem relação direta com isso, mas parece-nos evidente que a determinação abre consequências diretas e indiretas, de ordem social, administrativa e econômica: desorganiza a vida de pelo menos 154 famílias, estimula o mau uso do espaço e cria um grave problema para a prefeitura e para o comércio formal, com a volta dos camelôs às ruas centrais.