27 jan Mobilidade Urbana – Obras em Marcha Lenta
PROMESSAS QUE PODERIAM ajudar a desafogar o trânsito em Florianópolis e já deveriam estar prontas ou, ao menos, ter sido iniciadas, seguem a passos lentos. São projetos da prefeitura, dos governos estadual e federal, que a cada atraso recebem novos prazos para conclusão.
Apesar da demora, alguns casos têm previsões mais otimistas, como o elevado de Canasvieiras e a duplicação da rua Deputado Antônio Edu Vieira, enquanto outros continuam sem grandes expectativas, como a duplicação da Via Expressa e o novo acesso ao Aeroporto Hercílio Luz
O ano de 2015 começou, mas algumas obras de infraestrutura previstas para serem iniciadas ou concluídas em Florianópolis ainda em 2014 sequer saíram do papel ou continuam em andamento.
E mais uma vez a capital catarinense enfrenta a temporada de verão com gargalos em ruas e rodovias cuja responsabilidade vai do município ao governo federal.
Os projetos do elevado de Canasvieiras, da duplicação da SC-403, do novo acesso ao Aeroporto Hercílio Luz, previstos para serem entregues ainda no ano passado, continuam em fase de operação. A proposta de ampliação da Via Expressa se arrasta desde 2011, mas ainda não foi iniciada.
A duplicação da rua Deputado Antônio Edu Vieira, que a prefeitura pretendia iniciar ainda em dezembro, foi adiada. E o elevado do Rio Tavares, promessa na campanha de 2012, não começou.
Em meio a uma série de projetos não finalizados, a Prefeitura de Florianópolis dá início a mais um pacote de obras voltado para a mobilidade urbana. Incluem-se aí faixas de ciclovia, corredores de ônibus em sentido norte, sul e ao oeste continental e o teleférico que ligará o bairro Trindade ao Centro.
O secretário de Obras do município, Rafael Hahne, explica que as novas promessas fazem parte de um planejamento maior para diminuir o número de veículos nas vias, dando ênfase ao transporte coletivo:
– Obras como o elevado de Canasvieiras, por exemplo, são ações pontuais. Mas não podemos ter a expectativa de que uma obra irá resolver todo o problema de um bairro. É preciso atuar num contexto mais amplo.
Para o coordenador da Comissão de Estudos de Transporte e Mobilidade da UFSC, Carlos Roberto Vieira, as obras até agora prometidas amenizam apenas parcialmente os problemas do trânsito.
Para ele, são necessárias mudanças maiores, que reduzam a utilização cotidiana de carros, uso de transporte público para locomoção ao trabalho e investimento em meios alternativos como bicicleta e transporte marítimo.
– Em época de turismo, como no verão, seria correto apostar em transporte contemplativo. Por exemplo, se usar apenas carro para ir às praias, ponto forte da Ilha, o caos se instala.
Disponibilizar um transporte marítimo adequado, um BRT (Bus Rapid Transit), seria uma forma de amenizar o trânsito e atuar na raiz do problema da grande complexidade da mobilidade no verão.
(DC, 27/01/2015)