26 jan Manifestantes protestam pela terceira vez contra o aumento da passagem de ônibus em Florianópolis
O terceiro ato contra a tarifa de ônibus realizado pelo MPL (Movimento Passe Livre) neste mês de janeiro teve momentos de cantoria, batucada, negociação e protesto nesta sexta-feira (23).
Durante mais de três de horas de caminhada pelas principais ruas de Florianópolis, os manifestantes reclamaram às autoridades públicas e aos empresários do transporte coletivo da Capital o aumento nas passagens de ônibus, que desde 11 de janeiro subiram R$ 0,40 no cartão (R$ 2,98) e R$ 0,35 (R$ 3,10) no dinheiro.
Segundo a PM (Polícia Militar), 200 pessoas participaram do ato. Já o movimento calcula que mais de 500 pessoas se juntaram à caminhada durante a passagem do protesto pelo calçadão, no Centro.
A manifestação foi tranquila, com exceção do momento em que algumas pessoas tentaram subir as escadas de acesso ao prédio da prefeitura e foram repelidas pela Guarda Municipal com gás de pimenta.
O ato se encerrou por volta das 21h30, com os manifestantes invadindo o Ticen (Terminal Integrado do Centro) pela entrada dos ônibus. Com os policiais dentro do terminal, os integrantes do MPL não fizeram o tradicional catracaço.
Por volta das 17h, horário marcado para o início do ato contra o aumento da tarifa, a concentração em frente ao Ticen tinha mais policiais que manifestantes.
Aos poucos, com o baixar do sol, movimentos sindicais e políticos chegavam de diferentes pontos para se juntar ao grupo que a essa altura batucava instrumentos musicais e dirigia palavras de ordem a políticos e empresários do Consórcio Fênix, o operador do sistema de ônibus na Capital.
Com o início da caminhada, às 18h15, cresciam os relatos de gente que se considera prejudicada diariamente pelo aumento na passagem. “Eu pego quatro ônibus por dia e ganho um salário mínimo, daí você imagina a briga que é para ter acesso a outras necessidades, como comprar remédios” disse a faxineira Rita de Cássia, 61, que acompanhou toda a manifestação.
Manifestantes apostam que movimento vai crescer
O pico de participação popular foi durante a passagem do MPL pelas ruas do calçadão. Em frente à Prefeitura, os manifestantes colaram cartazes do movimento nas paredes do prédio público. “A PM tentou reprimir o movimento a mando da prefeitura e do governo.
Mas a população está conosco. O movimento não vai parar tão cedo”, afirmou Simara Pereira, 30, acompanhada pelo diretor do CFH (Centro de Filosofia e Ciências Humanas) da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Paulo Pinheiro Machado. “Quando as aulas recomeçarem o movimento vai crescer”, aposta.
Para o tenente-coronel Araújo Gomes, o balanço do protesto foi positivo. Apesar de em alguns momentos a PM ter cercado os manifestantes, Gomes avalia que a medida foi necessária para negociar com o MPL os trajetos críticos de trânsito por onde eles passariam. “Fizemos nossa mediação, sem conflitos e coordenando o trânsito”, concluiu. Veja mais!
(ND, 26/01/2015)