09 jan Pescadores serão ouvidos antes da nova lista de espécies ameaçadas
Como em um acordo tácito, o movimento histórico promovido pelo setor pesqueiro catarinense no começo da semana em Laguna e, principalmente, em Itajaí e Navegantes, não foi mencionado ontem em Brasília.
O fechamento do canal da barra do rio Itajaí-açu, que reteve no porto de Itajaí o transatlântico Empress com 2.500 pessoas a bordo, ficou fora da pauta da reunião entre pescadores, armadores e os ministros Helder Barbalho (Pesca) e Izabella Teixeira (Meio Ambiente). A prioridade era formar o grupo de trabalho para reavaliar a portaria 445/2014 e a lista de peixes de alto valor comercial ameaçados de extinção.
Barcos equipados com redes de arrasto capturam grande diversidade de espécies, inclusive as ameaçadas
Mesmo assim, os presidentes do Sindipi (Sindicato da Indústria Pesqueira da Região de Itajaí), Giovani Monteiro, e do Sintrapesca (Sindicato dos Trabalhadores na Pesca), Manuel Xavier de Maria, voltaram satisfeitos. “Agora, poderemos contrapor os estudos do governo com os dados disponíveis, de acordo com os mapas de bordo”, diz Maneca, um dos líderes do bloqueio do início da semana.
O grupo de trabalho será dividido em duas frentes, com coordenação em separado dos dois ministérios, com 30 dias para reavaliação, readequação e proposição de novas ações. “É preciso ouvir o setor produtivo, o diálogo é importante. A desinformação potencializou o sentimento de que a restrição é mais severa do que realmente é”, diz o ministro Herder Barbalho.
Grupo terá um mês, mas sindicato considera prazo curto
O trabalho dos pesquisadores dos ministérios do Meio Ambiente e da Pesca e Aquicultura, agora ao lado do corpo técnico indicado pelo setor pesqueiro de Santa Catarina, na prática começa só na segunda-feira. A reavaliação da portaria 445 contará também com representantes de armadores e pescadores do Rio Grande do Sul e de São Paulo.
(ND, 08/01/2015)