09 out Origem do óleo não foi identificada
O desvio de rota dos pingüins aconteceu por causa de uma mancha de óleo derramada no meio do caminho dos animais. Buscas foram realizadas no Litoral do Estado para identificar o foco do derramamento, mas nada foi encontrado.
– Na América do Sul são comuns os derramamentos ilegais e, às vezes, eles não são nem acidentais. Os navios jogam no mar o óleo de motor usado e as aves migratórias encontram a mancha – disse a veterinária da organização internacional IFAW (International Fund for Animal Welfare), Valéria Ruoppolo.
Como os pingüins migram na borda da plataforma continental, a 200 quilômetros da costa, poucos sobrevivem, pois perdem a impermeabilização das penas e morrem de hipotermia. Nos dias da chegada do bando à Santa Catarina, estimou-se que cerca de 2 mil pingüins teriam morrido depois de encontrem a mancha de óleo.
A diferença entre a chegada e a liberação dos animais era visível. Manchados de óleo, desidratados e debilitados fisicamente, os pingüins passavam maior parte do tempo deitados. Ontem, até três quilos mais gordos, nadaram em direção à corrente marinha que leva para o sul, mais especificamente para a Patagônia, na Argentina.
Antes de caírem na água, todos os pingüins receberam uma identificação que os acompanhará para o resto da vida. Presos às asas, anéis metálicos guardam o número de identificação de cada um. Eles são armazenados no banco de dados do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e mostram o tratamento recebido pelo animal.
– Já tratei de um pingüim que sobreviveu a 10 derramamentos de petróleo. Com esse registro, podemos ter o retorno do nosso trabalho – comentou o veterinário do Centro de Reabilitação de Animais Marinhos, Rodolfo Pinto da Silva Filho.
(DC, 09/10/2008)