09 out A volta dos pingüins
Após 45 dias de tratamento em unidade da Polícia Militar Ambiental, 151 aves foram soltas no mar
A marcha dos pingüins de Magalhães interrompida dia 24 de agosto por uma mancha de óleo foi retomada ontem de manhã.
Cento e cinqüenta e um bichos tratados no Centro de Triagem de Animais Silvestres da Polícia Militar Ambiental do Rio Vermelho, em Florianópolis, retornaram ao mar. Outros 150 permanecem sob cuidados.
Um barco levou os pingüins até a Ilha do Xavier, a cinco quilômetros da costa leste de Florianópolis, para a soltura. Junto com as aves, a Polícia Ambiental liberou um lobo marinho que estava no centro havia dois meses.
Nos 45 dias de trabalho para recuperar os pingüins, aproximadamente 170 pessoas se revezaram na alimentação e limpeza dos animais.
Caminho para casa tem cerca de 2 mil quilômetros
Apenas metade pôde ser liberada ontem, com condições de seguir viagem para retornar à Patagônia, na Argentina. Outros 100 deverão ser devolvidos ao oceano na próxima semana e mais 50 ficarão no centro de triagem até o próximo ano.
– Eles perderam as penas do peito, e morreriam de hipotermia se fossem jogados na água agora – explicou o sargento Marcelo Duarte.
O caminho para casa é longo. São cerca de 2 mil quilômetros até a Patagônia.
– Em uma contagem recente, alguns pingüins percorreram 800 quilômetros em 11 dias. Eles primeiro vão se localizar para encontrar a rota certa e seguirão em bando até lá – informou o veterinário do Centro de Reabilitação de Animais Marinhos, Rodolfo Pinto da Silva Filho.
A maior parte do grupo que chegou ao Litoral catarinense já era de animais adultos, acostumados com a rota de migração. Por isso, os especialistas acreditam que chegarão ao destino sem problemas.
– Também nos preocupamos com o ciclo de vida desses animais. Agora, eles voltam à colônia para reprodução – relatou.
(Tatyana Azevedo, DC, 09/10/2008)