Sem perspectivas de mais acessos à Ilha

Sem perspectivas de mais acessos à Ilha

A Grande Florianópolis vai continuar dependendo de duas pontes para chegar ao Continente pelos próximos anos e refém de que um simples engavetamento gere filas de 25 quilômetros, como o que aconteceu quarta-feira à tarde. Isso porque propostas de criação de uma nova ligação entre Ilha e Continente não passarão das ideias por enquanto. Desde agosto do ano passado, as duas propostas de empresas diferentes para criar uma nova solução de acesso à Ilha em Florianópolis, uma de transporte marítimo e a criação de um monotrilho, estão paradas junto ao governo do Estado. Vão ficar assim sob a alegação de terem um custo alto.

– Se esperava que a iniciativa desse algum resultado. E ela deu. Apresentou dados. Só que esses dados não davam certeza do retorno do investimento para as próprias empresas. E os custos eram muito altos para o Estado. Então, se tentou. Não deu certo – disse o secretário de planejamento, Murilo Flores.

Em 2011, era uma prioridade do governo, recém-eleito, encontrar uma solução para a mobilidade na Grande Florianópolis. Seria urgente pelo Executivo, devido à saturação das duas únicas pontes em funcionamento, com a Hercílio Luz interditada desde a década de 90. Colombo tinha planejado um evento de anúncio, com presença da presidente recém-eleita, Dilma Rousseff. Anunciaria uma quarta ponte, a ser construída por meio de uma parceria público privada, que já tinha projeto básico, versão digital e até maquete. Mas a ideia acabou abandonada e houve também uma inesperada reação contrária à ponte, por parte da população, porque seria muito próxima às outras.

A solução encontrada pelo Estado foi transformar a ideia em uma seleção de várias outras projetos. Por isso foi lançado em abril de 2012 um Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI). A iniciativa funcionaria basicamente assim: o governo diz que precisa de uma solução para o acesso e várias empresas interessadas trabalham em elaborar propostas para resolver o problema. Alguns meses depois, em outubro, o governo anunciou que o PMI tinha mudado foco. Não levaria mais em conta as grandes obras estruturais, como pontes e túneis. A única solução possível para o curto prazo era o transporte público.

Depois de mais de seis meses de atraso, os estudos com foco em transporte de massa que estavam previstos para fevereiro de 2013 foram apresentados apenas em agosto. O edital de licitação que seria lançado em junho não foi aberto até agora.

Os dados não davam certeza do retorno do investimento para as próprias empresas. E os custos eram muito altos para o Estado. Então, se tentou. Não deu certo. – Murilo Flores, Secretário de Planejamento

(DC, 31/10/2014)


Finalização de estudo é aguardada

O secretário de planejamento, Murilo Flores, que foi um dos integrantes das discussões para a escolha de uma nova ligação entre a Ilha e o Continente, disse que o fato das duas iniciativas terem ficado em torno de R$ 1 bilhão inviabilizaram a realização de uma parceria neste momento.

O governo vai então aguardar a conclusão de um estudo detalhado sobre a mobilidade de todos os municípios da Grande Florianópolis, que deve terminar em dezembro.

De posse desses dados, com o fato da criação da região metropolitana, que permite a aplicação conjunta de recursos de prefeituras e a busca de dinheiro federal para a iniciativa, o governo afirma que pode retomar algumas das iniciativas que surgiram ao longo desses anos.

– Esse assunto vai ser tratado no âmbito da Região Metropolitana e o governador já determinou que isso é prioridade absoluta para o início desse segundo mandato – disse Murilo Flores.

(DC, 31/10/2014)