21 out Mobilidade Ciclística
(Por Júlia Gonçalves Portsmouth*, DC, 21/10/2014)
Segundo o Código Brasileiro de Trânsito (CBT) em vigor desde 1997, bicicletas são consideradas veículos com direito de circular pelas ruas e têm prioridade sobre os automotores. Os órgãos de trânsito têm obrigação de garantir a segurança de ciclistas.
Em consulta ao Departamento de Trânsito (Detran) de Santa Catarina, entre 2007 e 2011 foram registradas 6.022.940 infrações. Destas, nenhuma é referente a motoristas de carros que não respeitaram ciclistas.
Se fôssemos avaliar as condições do ciclista nas ruas de Santa Catarina pelas infrações registradas, chegaríamos à conclusão de que é seguro andar de bicicleta aqui e que veículos motorizados respeitam sempre a prioridade da bicicleta. Certo?
Bem, quem utiliza a bicicleta como meio de transporte discordará e certamente terá inúmeros casos para contar de descaso, impaciência ou imprudência do motorista em relação ao ciclista.
O site Vá de bike cita razões para andar de bicicleta, como: economia de dinheiro, não polui o ar, saúde e vida mais longa. Muitos países já entenderam essa mensagem, mas é uma cultura que tem que ser absorvida pela população e reforçada pelos órgãos de trânsito. Como então alcançar isso?
A resposta é simples: começa pela escolha de seu candidato. Está em circulação uma Carta Compromisso com a Mobilidade Ciclística, em que a população, liderada por ciclistas brasileiros, dirige-se aos candidatos à Presidência da República dessas eleições para apresentar propostas de inclusão da mobilidade ciclística nas políticas públicas.
Para participar do abaixo-assinado, registre-se no site www.change.org. O mais importante é que a população, vivendo em um país democrático, possui todos os recursos necessários para exigir de seus governantes a direção que deseja tomar. Quem utiliza a bicicleta como transporte tem histórias de descaso e imprudência
*Jornalista, Florianópolis