25 set Energia Sustentável
(Por Gilberto dos Passos Aguiar*, DC, 25/09/2014)
A Organização das Nações Unidas (ONU) lançou este ano a Década da Energia Sustentável para Todos. Até 2024, países do mundo inteiro serão convidados a investir em medidas para garantir o acesso universal à energia, para duplicar a eficiência global e a participação de fontes renováveis na produção. O desafio precisa ser encarado de frente, considerando que as energias fósseis são poluidoras e esgotáveis.
Os países desenvolvidos, mesmo ancorados nas matrizes do carvão, energia nuclear e petróleo, avançam no uso das tecnologias alternativas. O cenário é altamente favorável ao Brasil. Além da gigantesca força do pré-sal, irreversível do ponto de vista econômico e estratégico, temos inúmeras fontes aproveitáveis: bagaço de cana e outros resíduos de biomassa, biogás, a energia eólica e a solar. É hora de investirmos maciçamente nessas fontes, pois já vimos que o modelo hidrotérmico pode ficar muito caro diante da escassez das chuvas.
Para atender à demanda que cresce em média 4% ao ano, precisamos produzir mais, de forma mais eficiente. Os próximos governantes eleitos não poderão dispensar uma pauta consistente no setor, se quiserem ver a economia crescer sem riscos de apagões. Para chegar lá, algumas propostas merecem ser analisadas: o destino dos recursos de P&D das companhias de energia para projetos realmente inovadores; a manutenção de equipes técnicas no comando das grandes empresas, evitando o aparelhamento político que provoca descontinuidade nos programas de médio e longo prazo; o incentivo de leilões de eficiência energética dentro do Sistema Interligado Nacional e, por fim, a criação de uma Escola Superior de Energia, que estimule a formação de profissionais de alto conhecimento, a nossa diplomacia no setor.
Afinal, nada se move e nada se transforma no universo sem energia. Os países desenvolvidos avançam no uso das tecnologias alternativas.
*Gilberto dos Passos Aguiar, Escritor e engenheiro – Florianópolis