22 set Catarinenses estão entre os mais dependentes de carros e motos
A cada 10 moradores da Grande Florianópolis, cinco usam carro ou moto para fazer percursos comuns do dia a dia, como ir ao trabalho ou deixar o filho na escola. A revelação da pesquisa feita pelo Plano de Mobilidade Sustentável da Grande Florianópolis (Plamus) – conjunto de estudos contratados pelo governo do Estado com 13 municípios da região metropolitana da Capital – coloca os catarinenses no topo do ranking nacional de dependência por carros particulares.
Metrópoles bem maiores, como São Paulo e Rio de Janeiro, tiveram números bem abaixo da Grande Florianópolis, o que especialistas atribuem à falta de planejamento em mobilidade urbana. No Dia Mundial Sem Carro, comemorado hoje, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) promove um debate sobre mobilidade.
Os números apresentados pela coordenação do Plamus são dados iniciais de um projeto que pretende mapear os gargalos do transporte público em 13 municípios da região. A pesquisa ouviu moradores de cerca de 5,4 mil residências e agora deve discutir os resultados parciais da análise.
Para o coordenador técnico do plano, Guilherme Medeiros, a falta de opções de trabalho nos municípios vizinhos explica a dependência de 48% das pessoas de usar carro e moto:
– Há mais pessoas empregadas do que morando na Ilha de Santa Catarina. Significa que o excedente de trabalhadores tem que se deslocar até a ponte. Seria interessante aliar o Plamus aos planos diretores dos municípios.
Especialista em transporte público, o professor do departamento de automação da UFSC, Werner Kraus, acredita que investir no transporte coletivo seria a opção mais prática. Depois, os municípios poderiam implantar ciclovias, transporte aquaviário e até teleférico, desde que fossem interligados.
– O coletivo deveria ser utilizado por, pelo menos, 60% da população, mas ele é mal planejado e as pessoas não usam. É preciso pensar na região toda, não de maneira isolada – defende o professor Kraus.
( DC, 22/09/2014)