19 ago À espera do aeroporto
Por Zena Becker*, (DC, 19/08/2014)
Enquanto a aviação comercial brasileira atingiu recordes em números de passageiros nos últimos anos, os usuários do aeroporto de Florianópolis e a economia do Estado sofrem com a falta de habilidade dos gestores públicos que não conseguem realizar as reformas necessárias para que o Hercílio Luz tenha proporção correspondente à importância da cidade como destino turístico internacional.
Entre 1988 e 2010, da primeira à mais recente ampliação, o terminal de passageiros do aeroporto teve um aumento de 48% de área construída, chegando a 9.540 metros quadrados. Apenas na década 2001-2011, segundo a Anac, houve crescimento de 194% da aviação no país.
Atualmente, o Hercílio Luz recebe cerca de 5 milhões de passageiros por ano. A previsão é de que o novo terminal tenha 36 mil m² e capacidade para até 6,7 milhões de passageiros/ano. Mas a quatro meses do prazo previsto para a entrega, não há sequer 10% da obra prontos. A estatal já notificou as empresas contratadas e ameaçou romper o contrato, enquanto construtoras acusam a Infraero de descumprir o edital.
A má gestão vem de décadas. Os entraves já foram o relatório de impacto ambiental, a não homologação da licença de impacto ambiental, a impugnação de edital de licitação, a desapropriação do terreno, o traçado do acesso, e agora o problema são as chuvas recentes, causa, segundo a Infraero, da suspensão por 120 dias das obras das pistas de manobra de aeronaves e do pátio de aeronaves.
Desde 2004, quando a Infraero apresentou o primeiro projeto, as alterações no cronograma das obras têm sido constantes. Agora, a promessa é para o final de 2014.
O fato é que a não realização da obra traz prejuízos para o comércio, turismo e para a qualidade dos serviços oferecidos aos passageiros. Santa Catarina não pode mais esperar por essa obra fundamental para o desenvolvimento econômico do Estado.
*ZENA BECKER PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO FLORIPAMANHÃ E COORDENADORA DO FÓRUM DE TURISMO DE FLORIANÓPOLIS