27 jun Futuro da Ponta do Coral já está nas mãos da Fatma
Três meses. Este é o prazo para que a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Fatma) analise o Estudo de Impacto Ambiental e defina se libera ou não a Licença Prévia à nova proposta de construção do Hotel Ponta do Coral, na Avenida Beira-mar Norte, em Florianópolis.
O empreendimento do Grupo Hantei foi modificado em relação ao projeto anterior, que previa a construção de um amplo espaço de turismo e lazer em uma das porções de terra mais nobres e valorizadas de Santa Catarina, com previsão de um aterro sobre o mar, que por seis anos alimentou um caloroso debate sobre os rumos urbanos na Capital.
O novo projeto já tramita, em paralelo, na Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano de Florianópolis. Mas antes que a pasta emita o parecer, a proposta, depois de receber Licença Prévia, ainda precisa ter liberada a Licença Ambiental – ambas a cargo da Fatma. De acordo com o trâmite legal, só depois que essas etapas forem cumpridas será a vez da prefeitura, a partir da análise do projeto de construção e de levantamentos jurídicos, dar parecer liberando ou não o empreendimento.
Menos arrojado e com edificações mais tímidas do que a proposta inicial, o projeto agora prevê um prédio de 18 andares, sem a marina e sem as áreas públicas de lazer que seriam instaladas no aterro de 33 mil m².
O secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano de Florianópolis, Dalmo Vieira Filho, ainda não analisou o projeto, mas reforçou que será avaliado na legislação vigente. Isso porque o Plano Diretor aprovado em janeiro deste ano permite na área da Ponta do Coral somente construções de até seis pavimentos.
A nova proposta foi protocolada na prefeitura antes que as mudanças no Plano Diretor começassem a vigorar. Ou seja, foi projetada com base no documento anterior, que permitia edificações de até 18 andares no local. E segundo o decreto municipal número 12.670/14, para projetos apresentados antes de 17 de janeiro de 2014 valem as especificações do Plano Diretor anterior, o que beneficiaria a reformulação da Hantei.
Movimentos ambientalistas são contrários à proposta
Integrantes dos dois movimentos que defendem a Ponta do Coral como espaço público são contrários à nova proposta. Alegam que o decreto municipal que permitiria a construção de um prédio com 18 andares no local seria inconstitucional.
– Vão seguir o Plano Diretor anterior, baseados num decreto inconstitucional que não passou por votação na Câmara de Vereadores – defende a arquiteta Elisa Jorge Silva, do movimento Ponta do Coral 100% Pública.
O geógrafo Cid Neto, do movimento Parque Cultural das Três Pontas, vê a nova proposta apenas como um desenho do que vem a ser o prédio.
– O relatório de Impacto de Vizinhança não mostra que o empreendimento vai atrair muita gente para um local que já tem filas.
DALMO VIEIRA FILHO
Secretário de Meio Ambiente
O projeto será analisado nos ângulos da lei. Existem quatro pontos: questões urbanísticas previstas no Plano Diretor, mobilidade, questão ambiental e paisagística.
ALIATOR SILVEIRA
Diretor-executivo da Hantei
Agora teremos um prédio comum cercado de no mínimo 30 prédios bem maiores. Se questionam o local, isso deveria ter sido feito há 40 anos, quando o terreno foi vendido.
O antigo
O projeto previa em uma área de aterro um parque público com 33.200,00 m² com equipamentos como ciclovia, passeios, estacionamento, áreas verdes de lazer, equipamentos públicos de ginástica e recreação. Construção de novos ranchos para pescadores além da instalação de um complexo hoteleiro com 661 apartamentos e uma marina.
Área total: 33,2 mil m²
Valor: R$ 370 milhões
O novo
Um hotel com 18 andares com 224 apartamentos e um restaurante panorâmico na cobertura e centro de eventos para até mil pessoas.
Área total: 14.9 mil m²
Valor: R$ 70 milhões
(DC, 27/06/2014)