25 jun Desenvolvimento náutico integrado em Santa Catarina
O terminal de cruzeiros de Leixões, em Portugal, foi idealizado em 2006 e deve ser entregue este ano. Cerca de 50% da área edificada incluem o Parque de Ciências e Tecnologias do Mar da Universidade do Porto. Integra também o complexo náutico, marina para 170 embarcações, pois é intuitiva a sinergia entre a atividade de cruzeiros e a navegação turística e de esporte e recreio. Em quase 10 anos estudando o turismo náutico, jamais encontrei alguém limitando-o a ter ou não cruzeiros e se esquecendo das regatas e outros aspectos que podem ser desenvolvidos em uma cidade vocacionada às atividades ligadas ao mar.
Porém, aqui em Florianópolis, temos visto um lobby corporativo, tão descomunal quanto irresponsável, atrasando a implantação do terminal de cruzeiros, postura indecente que, oxalá, mudará quando houver lideranças comprometidas com o turismo e não apenas com este ou aquele segmento ou, pior, “empreendimento”. Terminais de cruzeiros, como destacou o governo dos Açores na inauguração do complexo náutico Portas do Mar, “não são obras de exibição nem de esbanjamento de dinheiros, como certos espíritos menos esclarecidos logo as catalogam: são obras de inclusão estratégica, quer no espaço regional, quer face ao exterior”.
E completou o orador, como que estabelecendo as bases do discurso que, em futuro não muito distante, algum governante mais esclarecido fará aqui mesmo, quando nosso terminal de cruzeiros for inaugurado, tantos serão os obstáculos gloriosamente vencidos: “Não vou mencionar as dificuldades à realização desta grande obra pelos poucos que a não desejavam, ora por convicção ora por despeito. Há sempre quem discorde de alguma coisa, apesar de muitas vezes serem sempre os mesmos – mas disso não resulta mal algum: por aqui muitos deles andarão, ou aqui virão, se é que hoje já cá não estão”.
*CONSULTOR EM DESENVOLVIMENTO NÁUTICO. MORADOR DE FLORIANÓPOLIS
(Por Ernesto São Thiago*, 25/06/2014)