20 jun Doações de sangue em SC diminuem
Junho é um mês em que o número de doadores de sangue cai no Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina (Hemosc) devido ao frio. Neste ano, com a Copa do Mundo, os estoques baixaram desde o início dos jogos. A média de doações diária, que precisa superar 550 doadores para manter o nível normal, não superou 280 até agora.
Nos dias em que a Seleção Brasileira joga, mesmo com o Hemosc funcionando até uma hora antes do início da partida, registram-se as menores taxas. Nos dois jogos realizados neste mundial, as doações em todo o Estado ficaram em 240 dia 12 de junho e 294 dia 17. A diretora Geral do Hemosc, Denise Linhares Gerent, lamenta que até mesmo doações agendadas são desmarcadas. A exceção é o número de doações por aférese, para a coleta de plaquetas.
– O normal é termos cerca de 200 doações mensais por aférese, mas em junho, com a campanha do Hemosc e mobilização de pessoas que precisam, já contabilizamos 338 – celebra.
Ainda assim, a falta de plaquetas é alarmante. Diferentemente das hemácias, que podem durar mais de 35 dias, as plaquetas têm vida de cinco dias.
Método permite captar até 10 vezes mais plaquetas
O método de coleta também exige mais comprometimento do doador, pois dura cerca de uma hora – uma doação de sangue comum dura 15 minutos – e é feito sob agendamento.
– As plaquetas também são coletadas nas doações comuns. Mas coletando pelo método por aférese, conseguimos captar de sete a 10 vezes mais plaquetas – diz Denise.
Na última segunda-feira, às 17h, o repórter fotográfico Antônio Carlos Mafalda recebeu a notícia de que o fígado aguardado havia mais de um ano estava no Hospital Universitário (HU) para o transplante. Mas a cirurgia não foi feita porque o paciente estava com poucas plaquetas no sangue e não havia estoque no Estado para a reposição.
– Já havíamos pedido para amigos e familiares doarem e, mesmo assim, não foi possível. O órgão foi doado para outra pessoa na fila. Não sabemos quando teremos nova oportunidade – lamenta a filha, Petra Mafalda.
A esperança da família gerou uma campanha de doações na Capital.
(DC, 20/06/2014)