20 jun Reitoria da UFSC reabre diálogo com as polícias e intensifica ações de segurança no campus
Desde a intervenção da PF (Polícia Federal), que flagrou estudantes consumindo maconha no campus da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), no dia 25 de março deste ano, a segurança na comunidade acadêmica tem preocupado gestores e órgãos da segurança pública. O episódio trouxe os estudantes para o debate, e levantou opiniões prós e contrárias à ação policial nos limites da instituição. Nesta semana, a reitora Roselane Neckel voltou a se reunir com as policias Civil e Militar na tentativa de devolver a sensação de segurança de quem estuda, trabalha ou utiliza os serviços universitários.
A UFSC abriga uma comunidade acadêmica de 48 mil pessoas, maior que 72% dos municípios catarinenses. Enquanto a 5ª Delegacia de Polícia da Capital registrou 14 mil boletins de ocorrências desde o início deste ano nos bairros que ficam no entorno da UFSC, dentro dos limites da universidade foram registradas 67 ocorrências, entre elas assaltos, sequestros e diversos registros de perdas de documentos e pertences. “O problema é que as ocorrências aqui ganham outra dimensão, trabalhamos para diminuir esses índices, mas a falta de segurança não é algo exclusivo da UFSC, mas sim da nossa sociedade”, disse a reitora.
No seu terceiro encontro com o comando-geral da Polícia Militar, a reitora discutiu a instalação de uma base policial no local, como foi proposta por parte da comunidade estudantil. No entanto, a proposta da PM foi de intensificar as rondas estratégicas, com mais resultados que as bases fixas. Para a Polícia Civil, a reitora buscou entender o funcionamento da polícia judiciária para acompanhar os inquéritos em andamento.
Preocupação com o entorno da UFSC
Ao passo em que busca aproximação com as instituições estaduais — a UFSC tem jurisdição federal —, a reitora Roselane Neckel afirma que os reflexos devem ser sentidos também nas comunidades do entorno. “Estamos preocupados também com a segurança do entorno, porque isso tudo tem reflexo aqui dentro do campus”, disse.
O diálogo com a Polícia Federal foi retomado no âmbito institucional, já que cabe ao órgão a condução dos inquéritos dos crimes patrimoniais. O episódio ocorrido no dia 25 de março, que resultou no indiciamento de 34 pessoas, entre professores, alunos e membros da comunidade, colocou a reitoria e o superintendente da PF Clyton Xavier em lados opostos. “Prefiro não comentar mais sobre isso, mas diariamente nosso Departamento de Segurança mantém contato com a Polícia Federal”, concluiu Roselane.
Nos últimos dois anos, a universidade tem incrementado a segurança. Neste período foram contratados 54 vigilantes, instaladas 252 câmeras de monitoramento, adquiridos três veículos para segurança e a cartilha de segurança foi distribuída à comunidade, além do lançamento da licitação para aquisição de 450 novas câmeras de monitoramento.
INDICIADOS PELA PF
Por tipo de crimes
Resistência
Sônia Weidner Maluf
Alexandre Niederauer Ramos
Pedro Henrique Mastrangi
Diva Cristiane Nascimento Pereira
Alex Cipriano de Souza
Caio Ramos Dir de Carvalho
Henrique Amador Puel Martins
Wagner Miqueias Felix Damasceno
Dilton Mota Rufino
Gabriela Santetti Celestino
Everton Machado Vasques
Gabriel Nicolodelli da Silva
Fábio Norio Iasunaga
Michelle de Mello
Vitor Rollin Prudêncio
Dano (duas vezes) e resistência
João Victor de Araújo
César Rami Pereira da Cunha Tavares
Lucas de Abreu Borsuk
Kainara Ferreira de Souza
Gabriel Felippi
Dano e resistência
Rosicleia Spiecker da Silva
Vitor Daniel Breda
Matheus Eiji Nogueira Ikezawa
Nichollas Bichuete Munhoz
Diego Ossido Alves
Carl Liwies Cuzung Gakran
Gabriel de Souza Bevacoua Melo
Vinícius Aquino Silva
Vitor de Amorin Gomes Rocho
João Gabriel Cursino Baranov
Dano (duas vezes)
Giovani Baú Alves
Lesão corporal, dano e resistência
Ygor Grigol
Furto, resistência e posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito
Gabriel Fabbro
Resistência e desacato
Paulo Pinheiro Machado
(Notícias do Dia Online, 19/06/2014)