Blitz: Prisão domiciliar

Blitz: Prisão domiciliar

(Por Cacau Menezes, DC, 26/05/2014)

Com várias blitze de Lei Seca na Ilha, o que teve no fim de semana de gente cumprindo prisão domiciliar foi uma grandeza. Sem carro e sem transporte eficiente, também fiquei em casa. E fiz um bom negócio: abri um vinho e fiquei vendo DVDs que estavam na fila por falta de tempo. Ganhei na loteria. Entre eles, o guitarrista, cantor e compositor J.J. Cale, o melhor do mundo, com sua banda e o tecladista Leon Russel num show sem plateia, gravado em 1979 no Paradise Studios de Los Angeles, na maior simplicidade. Presente do ecologista Halem Guerra. Sair de casa, pra quê? Baixei o telão, aumentei o som e voltei no tempo. Cantei, dancei, pulei, chorei… Fiz uma festa sozinho. Não há hoje nada que chegue perto do que fizeram essas lendas no estúdio há 35 anos. J.J. Cale tinha cara de guri, boa-pinta, estilo californiano, era uma mistura de Ben Harper, Jack Jonhson e Eric Clapton, com quem gravou seu último disco. É autor, por exemplo, do clássico Cocaine. Morreu ano passado aos 70 anos em San Diego, vitima de câncer de próstata. Referenciado como celebridade no seu país e em boa parte do mundo, é o melhor som e vídeo que tenho na minha discoteca particular.