Patrimônio pede socorro

Patrimônio pede socorro

O casarão onde o ex-governador Hercílio Luz morou pouco antes de morrer aos 64 anos, em 1924, é um dos exemplos de patrimônio cultural em ruínas. O imóvel de 380 metros quadrados foi construído em 1848 na Avenida Mauro Ramos, Centro da Capital. Tombado como patrimônio material do Estado em 2002, está em Área de Preservação Cultural (APC) do município.

Se no passado foi construído com tecnologia avançada para a época e detalhes de valor artístico e arquitetônico, como pintura mural, hoje está literalmente caindo aos pedaços, com paredes e teto cheios de musgos e mato cobrindo a fachada.

Propriedade da família Polli desde os anos 1950, o imóvel foi vendido no final de 2013 para um empresário que prefere manter seu nome em sigilo. Segundo Laudares Polli, um dos herdeiros, desde que a casa foi tombada surgiram dificuldades, pois a Lei do Tombamento não permite que sejam feitas reformas, apenas restaurações.

– E restaurar é muito caro. Todos esses órgãos nunca tiveram boa vontade em recuperar o patrimônio para que ele viesse a se tornar útil à comunidade – diz.

Segundo Andrea Marques Dal Grande, diretora de patrimônio cultural da Fundação Catarinense de Cultura (FCC), a responsabilidade de manutenção é do proprietário, com a tutela estatal – caso o dono não tenha condições financeiras, o Estado deve apoiar.

– Já estamos em contato com o novo proprietário para chegarmos a um acordo – informa.

(DC, 14/04/2014)