12 mar Florianópolis tem a cesta mais cara
Ficou bem mais caro comer em Florianópolis. A capital catarinense registrou em fevereiro o maior valor para a cesta básica, segundo a Pesquisa Nacional da Cesta Básica realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
No mês passado, seis dos 13 alimentos que compõem a cesta básica registraram alta em relação ao mês anterior na capital catarinense. Com isso, o valor do conjunto de alimentos essenciais subiu de R$ 322,12, em janeiro, para R$ 330,75 em fevereiro – um aumento de 2,49%.
De acordo com analistas de safras e mercados do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de SC (Cepa/Epagri), o calor intenso que atingiu parte do país entre janeiro e fevereiro prejudicou pastos e plantações, provocando escassez de produtos no mercado e, consequentemente, a alta de preços.
Tomate puxa a alta de preços dos alimentos
O tomate foi o principal vilão da cesta básica em Florianópolis, com aumento de 22,14% no varejo. Francisco Heiden, analista do Cepa/Epagri, explica que no verão, tradicionalmente, a oferta do fruto é menor, porém a seca acelerou o processo de maturação do tomate, ocasionando a falta do produto nas gôndolas. O mesmo ocorreu com a banana, segundo o analista Luiz Marcelino Vieira, do Cepa/Epagri.
Ele conta que o calor excessivo aliado à falta de chuva no Estado prejudicou a safra da fruta, adiantando seu ciclo em 15 dias.
A carne bovina, produto de maior peso na composição do valor da cesta básica, também ficou mais cara em 10 das 18 capitais pesquisadas pelo Dieese. Florianópolis registrou o maior aumento, com variação de 2,25% em relação a janeiro e 15,07%, na comparação anual. Mais uma vez, as altas temperaturas – aliadas ao crescimento das exportações de carne – diminuíram a oferta interna, resultando na elevação do valor do bem.
– A seca histórica no Centro-Sul do país fez o capim sumir. Sem capim para comer, o boi não vai para abatedouro e o pecuarista tem uma oferta menor carne – destaca o analista Reney Dorow, do Cepa/Epagri.
Ele lembra ainda que, tradicionalmente, Florianópolis é uma das capitais mais caras do país. Segundo os cálculos do Dieese, o salário mínimo necessário para fevereiro no Brasil seria de R$ 2.778,63, ou seja, 3,84 vezes o mínimo vigente (R$ 724,00).