28 fev A difícil revitalização de uma praça
Por Carlos Damião – Coluna Ponto Final (NDia Online, 27/02/2014)
Ao que tudo indica, a revitalização da Praça Santos Dumont, na Trindade, perdeu-se entre sorrisos afáveis, tapas nas costas, promessas e apertos de mão. Tudo o que foi tratado entre a Ambatri (Associação de Moradores da Trindade) e a prefeitura entrou no buraco negro da burocracia, porque nada avançou nos últimos meses: segue tudo bonitinho no papel, sem qualquer providência. Observe-se que a iniciativa foi da própria comunidade, cansada de ver aquela praça abandonada – e entregue a moradores de rua e consumidores de drogas –, que formatou o projeto em conjunto com a FloripAmanhã e representantes de entidades empresariais. A prefeitura montou lá a sua estrutura do Prefeitura no Bairro em 2013, ouviu a comunidade e assumiu compromissos. Mas no meio do caminho surgiram inúmeros embaraços, relacionados inclusive ao patrimônio histórico-cultural da região. Na prática, os velhos e conhecidos problemas que a gente já conhece, do tipo “em Florianópolis nada pode”. Mas emporcalhar a praça, como faziam os moradores de rua, isso pode.
Teleférico…
Uma das questões que travaram o processo de revitalização da Praça Santos Dumont é a instalação no local de uma estação do teleférico pretendido pela prefeitura. Internamente, já se sabe que a estação não poderá ser naquele local, justamente por causa do patrimônio histórico e cultural (igreja). E, sabe-se também, a comunidade rejeita esse equipamento na praça, caso seja viabilizado.
… inviável
E a coluna descobre ainda que a estação do teleférico planejada para o Centro, na área do Ticen, tem parecer contrário do Ipuf (Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis), porque acabaria comprometendo o casario – inclusive Mercado Público – tombado como patrimônio histórico.
Polêmica
A ideia do teleférico, interligando UFSC ao Centro, via Maciço do Morro da Cruz, não é bem aceita em vários setores técnicos da prefeitura. Simplesmente porque não parece ser uma solução viável para a mobilidade urbana. É isso o que tem dito, repetidas vezes, o vereador e arquiteto e urbanista Lino Peres (PT).