26 ago Comunidades x Celesc
Ao mesmo tempo que devemos parabenizar as lideranças da rua Angelo Laporta, devemos manifestar nossos repúdios aos vereadores que agiram de forma eleitoreira, brincando de “toma lá-da-cá”. Sei que é um problema difícil de ser resolvido essa questão de convivência em área de possíveis riscos. Entretanto, pergunto: como fica a situação de outras comunidades em que encontram-se edificadas subestações da Celesc? E onde serão construídas as novas subestações de transformação de energia, visto que a necessidade de serem imediatamente instaladas aumenta a cada dia? Garanto que nenhuma outra comunidade permitirá que dita construção seja construída, pois temos um precedente que dará força a esse movimento contrário as necessidades da Capital.
Será que o previlégio de uma parcela da nossa sociedade pode se sobrepor ao interesse maior de toda uma sociedade? E as pessoas que moram próximas as estações já existentes, como serão tratadas de ora em diante? Onde está situado o local ideal e totalmente desabitado, nesta região central e perimetral, que permita a instalação da refalada estação?
Não venham justificar os senhores representantes do povo de nosso município que essas atitudes atendem às necessidades da comunidade que clamam histórias tipo: “em defesa da vida”, “pela qualidade de vida”, “contra o perigo de exposição a radiação”, e tantas outras que não encontram respaldo técnico cientíco que comprovem causar danos a quem reside próximos a essas edificação eletrificadas. Gostaria que saber se a comunidade da rua Angelo Laporta fosse formada por moradores da classe menos favorecida – chamada “classe pobre”, os senhores vereadores teriam se unido para defendê-los?
Certamente que os moradores da rua Angelo Laporta agiram na defesa de seus legítimos interesses e por isso estão de parabéns. Devem continuar lutando, não só nessa luta, mas unidos em defesa de outros interesses, talvez mais importantes que a instalação de uma unidade da Celesc, pois demonstram que a união das pessoas ainda é o melhor método de se continuar vivendo neste espaço terrestre.
Fico aguardando o desenrolar dos acontecimentos, atento para saber onde os senhores vereadores irão “depositar o estorvo” que os moradores da rua Angelo Laporta não aceitou.
(Artigo de Manoel Candido da Luz – Advogado, A Notícia, 26/08/2006)