17 jan Rede subdimensionada causa quedas e oscilações de tensão elétrica na Barra do Sambaqui
Dono do único mercadinho nas imediações da Escola Marcolino José Lima, na rua Isid Dutra, Barra do Sambaqui (Norte da Ilha), Anderson Viana, 35 anos, não dá conta de repor os estoques de lâmpadas, luzes de emergência e velas, artigos líderes absolutos de vendas. Nem assim está satisfeito com o faturamento do negócio da família.
A exemplo dos vizinhos, Viana está indignado com as sucessivas oscilações no fornecimento de energia elétrica no bairro, principalmente durante os horários de pico. “Às vezes, cai direto e ficamos horas sem luz, até a madrugada. Em outras ocasiões, a rede funciona só em meia fase e a maioria dos eletrodomésticos tem de ser desligada”, reclama.
Recorrente há pelo menos oito anos, as quedas de tensão se intensificaram neste verão no trecho de aproximadamente 500 metros, exatamente no limite sinalizado da “área escolar”. São 120 casas, com aproximadamente 400 pessoas. Na semana passada, foram quatro dias consecutivos sem luz, e desde domingo o problema se repetiu duas vezes.
Visível até para leigos, as causas dos apagões parciais na rua Isid Dutra já foram constatadas pelos técnicos da Celesc (Centrais Elétricas de Santa Catarina) que atendem emergências no bairro. Antiga, a rede é subdimensionada para o crescimento populacional e não passa por manutenção preventiva há muito tempo. “É a mesma há pelo menos 30 anos”, diz o aposentado Luiz Carlos Acelino Alves, 58.
A fiação é fina, tem inúmeras emendas aparentes e o transformador, de 40 Kw (quilowatts), é insuficiente para atender a demanda de consumo. Na semana passada, o conserto presenciado pelo morador Vandir Santos, 47, foi feito com restos de fios trazidos pelos técnicos do serviço anterior. “É gambiarra em cima de gambiarra”, resume.
Protocolos se multiplicam no call center
No trecho entre os números 950 e 1.250 da rua Isid Dutra, todas as casas têm mais de um protocolo na central de atendimento da Celesc. “Sem contar as desistências pela espera irritante na fila do call center, além das mensagens enviadas e não atendidas”, emenda o morador Vandir Santos.
Um dos moradores mais antigos da Barra do Sambaqui, o aposentado Luiz Carlos Pereira, 60 anos, está mais preocupado com crianças e idosos. “Não dá para ligar nem o ventilador, e ninguém dorme direito”, reclama.
A dona de casa Luciana Pereira, 58, lembra que a fatura com a conta chega mensalmente sem descontos dos dias sem luz, e ensina: “Quando falta luz, desligamos a geladeira e todos os outros aparelhos elétricos. Para não queimar e o prejuízo ser ainda maior”, completa.
O chefe da Agência Regional da Celesc na Grande Florianópolis, Carlos Alberto Martins, reconhece a deficiência da rede da rua Isid Dutra. Ele só volta de férias na segunda-feira, mas garantiu que toda a fiação e sistema de alimentação serão substituídos e readequados à atual demanda do bairro.
Como reclamar pelo telefone
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( Notícias do Dia, 16/01/2014)