25 jun Bacia do Itacorubi
Artigo de Luiz Cézare Vieira — Engenheiro eletricista (DC, 25/06/08)
Já faz cinco meses que o prefeito de Florianópolis, Dário Berger, encaminhou à Câmara dos Vereadores o PLC do Defeso, que suspende novos edifícios na Bacia do Itacorubi, até a conclusão do Plano Diretor Participativo. O Fórum da Bacia, composto por 12 associações comunitárias, decidiu apoiar o projeto-lei, tendo por base a indignação dos moradores pelo caos urbano progressivo e pela perda da qualidade de vida na região.
Todo este tempo e, apesar da mobilização dos lideres comunitários, até agora de concreto foi uma corrida da construção civil para aprovar projetos na Susp e fazer as bases de inúmeros edifícios garantindo sua conclusão, mesmo com a Lei do Defeso eventualmente aprovada. O que aconteceu nos bastidores para travar o encaminhamento de um projeto tão importante para a comunidade?
Que “forças ocultas” atuaram e com que interesses? Isto ninguém sabe, o fato é que o projeto ficou encalhado nos órgãos da Prefeitura. Mas o que dizer do silêncio da Câmara de Vereadores que deveria ser a câmara de ressonância de um debate que já ganhou as ruas?
A cidadania de Florianópolis está preocupada com o crescimento desordenado e a especulação imobiliária. Na Bacia do Itacorubi a situação é caótica e exige atuação imediata dos que detêm o poder. A comunidade vem fazendo sua parte, apontando soluções. O último ato foi o encaminhamento ao prefeito de uma petição contra o caos urbano de Florianópolis, contendo um dossiê com mais de 100 páginas, retratando a situação atual.
Frustrado o Defeso, resta à comunidade manter-se mobilizada em torno do Plano Diretor e dos debates eleitorais. É uma corrida contra o tempo em que a qualidade de vida da cidade vai ficando para trás.