Quarta ligação Ilha-Continente retorna à discussão segunda-feira (19/08) no governo

Quarta ligação Ilha-Continente retorna à discussão segunda-feira (19/08) no governo

Segunda-feira (19/08), às 15h30min, em uma sala trancada à chave, o governo do Estado volta a se debruçar nas discussões da quarta ligação Ilha-Continente, em Florianópolis.
Será apresentado o detalhamento técnico das duas propostas pré-selecionadas para tentar minimizar os engarrafamentos nas vias de acesso à Ilha. O que é certo até agora é que a nova via será pelo mar, com transporte integrado. Os estudos entregues hoje ao governo apontarão soluções para que o projeto seja colocado em prática
É quando recebe, em primeira mão, o detalhamento técnico de duas propostas pré-selecionadas há nove meses e que pretendem minimizar os entraves do trânsito nas vias de acesso à Ilha. Embora com trajetos e custos ainda desconhecidos, uma coisa é certa: a nova via de locomoção será pelo mar, com transporte marítimo integrado a outro modal.
Embora conheça o modal de cada uma, o governo não sabe a forma como eles seriam colocados em prática. E é isso que os projetos vão apontar (veja quadro ao lado).
– Vamos ter que analisar se aquela ideia compensa ou não. A empresa que apresentar a melhor solução será a escolhida – diz o presidente do Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra), Paulo Meller.
Comitê vai definir agenda de trabalho
Com os envelopes em mãos, o Comitê Gestor de Parcerias Públicos Privadas deve definir uma agenda de trabalho para discutir as propostas. Técnicos indicados pelos quatro maiores municípios da região – Florianópolis, São José, Palhoça e Biguaçu – também integram a equipe, já que a decisão terá impacto em todas as cidades. A ideia é que, em até 30 dias, já exista uma resposta.
O governo está otimista com a implementação do projeto: quer abrir o edital de licitação até o fim do ano, para que a obra possa começar ainda no primeiro semestre de 2014. Mas a decisão vai depender muito do que será entregue nesta segunda-feira.
– Não conhecemos a qualidade do material e a consistência dos estudos que virão. Se não estiverem completos, ou apontando para uma boa solução, há risco de começar tudo do zero novamente – alerta o engenheiro Guilherme de Medeiros, coordenador da área técnica da SC Participações e Parcerias (SCPar).
A apresentação
– Avaliação de demanda atual e futura da rede de transportes e veículos.
– Desenvolvimento das soluções para atendimento da demanda.
– Planejamento de implantação: espécie de cronograma de obras, orientando a instalação de cada sistema.
– Avaliação preliminar de impacto socioambiental: indicações de onde haveria necessidade de aprovação da Fatma.
– Projetos de engenharia: a parte técnica do projeto.
– Modelagem e estruturação econômico-financeira para implantação do projeto: a forma como será a manutenção do sistema, se terá aporte público ou apenas investimentos privados.
– Aspectos legais.
(DC, 19/08/2013)
 
Envelopes lacrados
Os dois projetos chegarão em envelopes lacrados, que só poderão ser abertos na presença dos representantes das empresas que os elaboraram. Todo esse sigilo serve para preservar a privacidade das informações e garantir a lisura do processo. É um pedido das próprias empresas. E o receio é justificado: todo o investimento feito com o estudo é privado e foi financiado por elas mesmas. A escolhida será ressarcida pela vencedora da licitação que implementará a ideia. Mas a que cair fora, terá o valor perdido.
– É o risco. Por isso, as empresas são livres para participar – explica Medeiros.
É por isso que elas também desistem. Das três escolhidas em dezembro, uma delas abandonou a ideia logo no início. Liderado pelo escritório de arquitetura do ex-prefeito de Curitiba, Jaime Lerner, o consórcio alegou razões particulares. Pouco depois, outro consórcio se desfez: a Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR), de São Paulo, continuou com a proposta de transporte marítimo, enquanto a catarinense Esse Engenharia apresentou um novo projeto de teleférico interligado com barcas e ferry-boats.
A ideia, porém, foi abandonada. Segundo a coluna de Moacir Pereira publicada no domingo, não houve acordo com o parceiro chinês, que ajudaria no pagamentos dos custos.
(DC, 19/08/2013)