Impulso à melhor mobilidade urbana na Grande Florianópolis

Impulso à melhor mobilidade urbana na Grande Florianópolis

O mais completo estudo técnico já elaborado sobre a mobilidade urbana da Grande Florianópolis está perto de sair do papel. Nos próximos dias, a melhor de oito propostas inscritas em um edital do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) será escolhida para dar início a um mapeamento detalhado da atual situação viária de 13 municípios metropolitanos. O resultado final servirá de base para a criação do primeiro Plano Diretor Regional de Mobilidade, em até dois anos.
A região não tinha um estudo assim desde 1978, quando a Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes – órgão do Ministério dos Transportes extinto há cinco anos – organizou um plano diretor de transporte integrado, mas limitado apenas a quatro cidades. Foi desse documento que nasceram obras importantes, como a Via Expressa e a Via Expressa Sul. Mas com o passar do tempo, os dados nunca renovados ficaram desatualizados.
Agora, o novo estudo vai ajudar no planejamento de ações que evitem um sistema mais sufocado. O documento prevê a realização de uma nova pesquisa regional de origem-destino, considerada a maneira mais completa de identificar o padrão de mobilidade e deslocamento das pessoas e a carência do sistema de mobilidade de uma região. Estima-se que serão feitas cerca de 10 mil entrevistas domiciliares, fora as pesquisas complementares de tráfego nas vias e terminais.
Propostas levaram em conta obras que já estão previstas
A dona da melhor proposta terá um ano para finalizar o estudo, a partir do momento que for contratada – a escolha ocorre ainda na primeira quinzena deste mês. Elaborados por empresas brasileiras e estrangeiras consorciadas entre si, os oito pré-projetos são documentos consistentes, com 200 a 400 páginas cada, que sugerem metodologias estratégicas para melhorar o sistema viário da região. Todos tiveram que levar em conta os principais projetos já em andamento, como as obras do anel viário, a duplicação da Via Expressa, a recuperação da Ponte Hercílio Luz e o novo aeroporto da Capital.
(DC, 01/08/2013)
 
Sem custo aos cofres estaduais
Embora seja o maior beneficiado, o Estado não terá custo algum com a realização do estudo. Toda a iniciativa será financiada pelo BNDES – por meio do Fundo de Estruturação de Projetos (FEP). A assinatura do convênio entre o banco e o governador Raimundo Colombo foi feita no início de abril, durante o lançamento do maior empréstimo captado para o Pacto por Santa Catarina – R$ 3 bilhões, vindos do próprio BNDES.
Constituído com parte dos lucros anuais do banco, o FEP costuma direcionar seus recursos a problemas de abrangência nacional. Até hoje, já foram financiados, por exemplo, iniciativas estruturantes do setor de óleo e gás, energia, aeroportos e portos. Esta, porém, será a primeira vez que o fundo realizará estudos de mobilidade urbana em âmbito regional. É por isso, e por julgar que se trata de sigilo bancário, que o BNDES não divulga quais são as oito empresas inscritas, nem o valor total do investimento.
(DC, 01/08/2013)