Os primeiros 100 difíceis dias dos prefeitos

Os primeiros 100 difíceis dias dos prefeitos

Falando para uma plateia de empresários com os maiores PIBs de Santa Catarina, prefeitos de Florianópolis, Joinville, São José, Lages e Chapecó avaliaram os 100 primeiros dias dos respectivos governos. Em comum em quatro dos cinco discursos (José Caramori foi reeleito em Chapecó), as reclamações em torno das heranças dos ex-prefeitos e o desafio de “governar o governo”, frase dita pelo ex-governador Vilson Kleinübing e muito usada pelo atual governador Raimundo Colombo (PSD).
– Essa organização dos empresários, que facilita a comunicação entre a classe e governo, cria espaço para debate, para troca de experiência e conhecimento – disse Colombo.
O encontro ocorreu ontem, em Florianópolis, para cerca de 200 convidados. Entre as autoridades, estavam os senadores Paulo Bauer (PSDB) e Luiz Henrique da Silveira (PMDB). Realizado na Associação Catarinense de Medicina, o “almoço-debate” marcou o lançamento do Lide Santa Catarina. Clube criado com o objetivo de aproximar empresários e gerar negócios, tem 25 associados no Estado e busca novos integrantes. Podem participar empresários que estão à frente de unidades que faturam mais de R$ 100 milhões ao ano ou que tenham lugar de liderança nos segmentos de atuação.
– A gente não pode desassociar o mundo empresarial do governo, seja federal, estadual ou municipal. Essa conexão de maneira madura, profissional e consciente é fundamental. É a integração entre o público e privado – disse Wilfredo Gomes, que preside o grupo em SC.
Prefeitos voltam a reclamar das heranças
Na hora de escolher os convidados, o Lide buscou um de cada região. O objetivo foi ter uma visão geral do Estado. Cada um dos cinco gestores teve dez minutos para falar.
O prefeito Napoleão Bernardes (PSDB), de Blumenau, não aceitou o convite porque tinha outros compromissos. Márcio Búrigo (PP), de Criciúma, também não compareceu. Em tempo: o pepista assumiu o cargo em 31 de março.
Cesar Junior (PSD), de Florianópolis, abriu a rodada. Entre as reclamações, citou a suposta dívida de R$ 238 milhões, herança da gestão anterior. Não disse nada sobre o cancelamento dos alvarás de construção na Capital, um dos mais polêmicos atos do governo até agora.
Com problemas para pagar a folha de Joinville logo no início do governo, Udo Döhler (PMDB) ainda tenta entender os números, especialmente sobre o total de concursados.
– Joinville é um município que conta com 12 mil servidores, mas não sabemos o que 1,6 mil deles – disse Udo Döhler.
Para a prefeita Adeliana Dal Pont (PSD), de São José, o problema está no “total descontrole em todas as contas”. Em Lages, a dificuldade de Elizeu Mattos (PMDB) é “governar o governo”. Para o prefeito reeleito em Chapecó, José Caramori (PSD), os problemas são outros.
– Nós, prefeitos, somos verdadeiros mendigos em Brasília, porque o sistema tributário nacional é injusto e a fatia maior vai para o governo federal – disse Caramori.
(DC, 10/04/2013)