07 maio Governo do Estado traz Coleção Gilberto Chateaubriand para o Museu de Arte de Santa Catarina
Depois de ser exibida em São Paulo, Salvador, Curitiba e Rio de Janeiro, chega a Florianópolis a exposição Um Século de Arte Brasileira – Coleção Gilberto Chateaubriand. A mostra, promovida pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC) e pela Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte, apresenta uma das mais importantes coleções privadas de arte do país, e será aberta na sexta-feira, dia 9, às 19h30, no Museu de Arte de Santa Catarina (Masc), com a presença de Carlos Alberto Govêa Chateuabriand, herdeiro da coleção e vice-presidente do Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio Janeiro e de Reynaldo Roels, curador do MAM/RJ.
Cerca de 170 obras que compõem a coleção proporcionam um panorama das artes plásticas no país, apresentando artistas brasileiros e seus trabalhos em quatro núcleos históricos: do Modernismo das primeiras décadas do século 20, passando pelos movimentos Construtivista e Abstracionista, até chegar ao Experimentalismo e seus desdobramentos na década de 90.
Um dos destaques da exposição é a obra Urutu, de Tarsila do Amaral. A primeira obra adquirida pelo colecionador, Paisagem de Itapuã, do artista José Pancetti, também está na mostra. Dentre os artistas catarinenses que compõem a coleção, fazem parte da exposição obras de Ivens Machado, Ana Vitória Mussi e Paulo Greuel. “Será possível fazer visitas guiadas com os profissionais do nosso Núcleo de Arte-educação”, lembra a presidente da FCC, Anita Pires.
A exposição, que fica aberta até o dia 15 de junho, tem curadoria de Fernando Cocchiarale e Franz Manata. “Estamos inserindo Santa Catarina no circuito das grandes exposições nacionais”, afirma o secretário de Estado de Turismo, Cultura e Esporte, Gilmar Knaesel, reforçando a importância do Funcultural, que destinou R$ 250 mil para permitir a realização da mostra.
Considerada a mais representativa coleção de obras de arte de artistas brasileiros, a Coleção Gilberto Chateaubriand possui em torno de 7.000 obras. São peças produzidas desde as primeiras décadas do século passado até a atualidade. É um dos mais completos panoramas existentes sobre a arte moderna e contemporânea brasileiras. Cedida em comodato para o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro a partir de 1993, a coleção tornou-se acessível permanentemente ao público e vem sendo mostrada regularmente não só no MAM, sob a curadoria de Reynaldo Roels, como em outras instituições do Brasil e do Exterior.
Serviço
O QUÊ: Exposição Um Século de Arte Brasileira – Coleção Gilberto Chateaubriand
QUANDO: Abertura sexta-feira, dia 9 de maio, às 19h30. Visitação: de 10 de maio a 15 de junho, de terça a domingo, das 13h às 21h.
ONDE: Museu de Arte de Santa Catarina (Masc), Centro Integrado de Cultura – Av. Gov. Irineu Bornhausen, 5.600 – Agronômica – Florianópolis/SC. Informações: (48) 3953-2317 / www.fcc.sc.gov.br
QUANTO: gratuito
Visitas guiadas (agendamentos e informações): (48) 3953-2324 / Fax: (48) 3953-2316, de segunda a sexta, das 13 às 19 horas – e-mail: naemasc@fcc.sc.gov.br
Núcleos da exposição
O Modernismo e seus desdobramentos – Este segmento mostra obras das manifestações da arte brasileira comprometidas com a vontade de atualizar a produção nacional em relação ao modernismo europeu – a Semana de Arte Moderna, em 1922, por exemplo. Estão também obras que representam os desdobramentos do Modernismo – a questão nacional dos anos 20, a emergência dos regionalismos na década de 30 e o realismo social dos anos 40 – até o fim da Segunda Grande Guerra e ao longo da década de 50. Anita Malfatti, Brecheret, Cândido Portinari, Cícero Dias, Di Cavalcanti, Djanira, Flávio de Carvalho, Goeldi, Guignard, Ismael Nery, Lasar Segall, Pancetti, Tarsila do Amaral e Vicente do Rêgo Monteiro, entre outros, compõem a exposição.
Construtivismo e Abstracionismo – esta seção mostra o surgimento e a consolidação das tendências não-figurativas no Brasil entre 1948 e 1962, com obras de Abraham Palatnik, Aluísio Carvão, Antônio Bandeira, Fayga Ostrower, Hélio Oiticica, Lygia Clark, Mary Vieira, Milton Dacosta, Samson Flexor, entre outros.
A Imagem Contemporânea – este núcleo representa as produções das décadas de 60 e de 80, que têm em comum o foco figurativo. O desgaste do repertório eminentemente formal do Abstracionismo, na passagem das décadas de 50 para a de 60, determinou a retomada da imagem figurativa. Baseada agora na fotografia, na publicidade e nas artes gráficas, essa nova imagem revogou definitivamente os modelos naturais da arte do passado. Aqui aparecem obras de artistas como Anna Maiolino, Anna Bella Geiger, Antônio Dias, Barrão, Beatriz Milhazes, Carlos Zilio, Cláudio Tozzi, Cristina Canale, Daniel Senise, Gerchman, Glauco Rodrigues, Leda Catunda, Luiz Zerbini, Maria do Carmo Secco, Nelson Leirner, Wanda Pimentel, Raimundo Collares e Carlos Vergara, entre outros.
O Experimentalismo e seus Desdobramentos – Parte conclusiva da exposição, este núcleo recobre o experimentalismo dos anos 70 e de sua retomada e, ainda que de modo singular, dos anos 90 até a atualidade. Parte significativa da produção artística brasileira e internacional dos 70 assimilou, de modo explícito, a palavra à obra, ou usou-a nos títulos como conceitos-chave para a leitura da obra. Da década de 90 em diante, o uso de suportes e meios não-convencionais da arte – as novas mídias, instalações e performances – é resultado de questões experimentais formuladas duas décadas antes. Destacam-se neste núcleo obras de artistas como Anna Bella Geiger, Antônio Dias, Antônio Manuel, Artur Barrio, Carlos Zilio, Cildo Meireles, Edgar de Souza, Helio Oiticica, Jac Leirner, Jorge Barrão, José Damasceno, José Resende, Luiz Fonseca, Marcos Chaves, Miguel Rio Branco, Milton Machado, Rosângela Rennó, Tunga, Waltércio Caldas e Vik Muniz, entre outros.
Sobre a curadoria
Os curadores Fernando Cocchiarale e Franz Manata explicam o perfil da mostra “Coleção Gilberto Chateaubriand: um Século de Arte Brasileira” salientando que “qualquer pessoa interessada em fruir, conhecer, interpretar e difundir a arte brasileira, de seus primórdios modernistas, na alvorada do século passado, aos desdobramentos mais recentes da produção contemporânea, acaba recorrendo à coleção Gilberto Chateaubriand… A coleção Gilberto Chateaubriand é, pois, uma espécie de enorme jazida da arte brasileira cuja investigação e exploração rende, e sempre renderá, incontáveis possibilidades curatoriais.
Isto não quer dizer que essas possibilidades descartem a reapresentação de algumas obras em diferentes curadorias. Sabemos que a inserção de uma mesma obra em novos conjuntos ou recortes transfigura, a partir destas novas relações, sua fruição e apreensão anteriores”. Complementam Cocchiarale e Manata enfatizando que “organizamos a mostra observando, quando possível, a representatividade das obras da coleção consagradas pela história como referências icônicas de nosso imaginário. Junto a outras menos conhecidas, elas mapearão os principais desdobramentos de nossa arte desde a segunda década do século passado, até os anos 80.
Já os trabalhos que selecionamos como representativos da produção contemporânea das duas últimas décadas são antes apostas do colecionador e da curadoria, uma vez que ainda não contam com a contribuição de filtros históricos suficientes para consagrar reputações artísticas e apontar, com segurança, as obras mais emblemáticas desse período. A exposição é montada, pois, a partir de núcleos históricos que respeitarão a sucessão temporal desses desdobramentos embora não de modo estritamente cronológico”.
Sobre a coleção Gilberto Chateaubriand
A coleção Gilberto Chateaubriand possui em torno de 7.000 obras. São peças produzidas desde as primeiras décadas do século passado até a atualidade. É uma das coleções mais importantes do País e um dos mais completos panoramas existentes sobre a arte moderna e contemporânea brasileiras, já que Gilberto Chateaubriand optou por montar um acervo abrangente, plural e representativo da arte brasileira.
As obras que integram a Coleção Gilberto Chateaubriand pertencem a um período histórico mais extenso do que os 52 anos de existência da mesma, contados a partir de 1954, quando o pintor José Pancetti deu para Chateaubriand a tela “Paisagem de Itapoá”. Segundo depoimento do próprio colecionador “a partir de então, comprar obras de arte tornou-se para mim uma segunda natureza – talvez a primeira. Sempre optei pela arte brasileira; gosto de conhecer o artista, ver seu atelier, descobrir novos talentos, ser surpreendido”.
Estas peculiaridades estreitaram o contato do colecionador com os artistas, e a busca por novos talentos e obras – especialmente aqueles iniciantes – fez com que a coleção tenha hoje obras que revelam a trajetória completa de muitos de nossos mais importantes nomes das artes visuais. É indiscutível a representatividade da coleção Gilberto Chateaubriand, considerada, sobretudo no meio especializado, como o melhor e mais completo panorama da arte brasileira, do modernismo aos nossos dias.
Cedida em comodato para o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro a partir de 1993, a coleção tornou-se acessível permanentemente ao público e vem sendo mostrada regularmente não só no MAM, como em outras instituições do Brasil e do Exterior.
Sobre o colecionador
Gilberto Chateaubriand nasceu em Paris em 1925. Vive no Rio de Janeiro. Hoje divide seu tempo entre o Rio de Janeiro e Porto Ferreira, onde tem sua fazenda, a Rio Corrente.
Como diplomata residiu na Europa, particularmente em Paris, de 1956 a 1959. De volta ao Brasil foi um dos fundadores da Ediarte, ao lado de Carlos Scliar e José Paulo Moreira da Fonseca; através dela editou álbuns de reproduções de obras de artistas como Scliar (1962), Di Cavalcanti (1963), Pancetti (1964) e Guignard (1966), além do primeiro volume do Panorama da Pintura Moderna Brasileira (1966), de Antonio Bento. Atuou como membro do júri, entre outros, dos IV e V Salões de Verão (Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, 1972 e 1973), do I Salão Global de Inverno (Belo Horizonte, 1973), do Salão da Bahia (MAM/Bahia, desde 1994).
Foi presidente da Sociedade dos Amigos do Museu Nacional de Belas Artes e membro das comissões de arte da galeria IBEU do Rio de Janeiro e da Galerie de la Maison de France, na mesma cidade. Participa dos conselhos das seguintes instituições: Fundação Castro Maya (Rio de Janeiro), Fundação Bienal de São Paulo, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, Museu de Arte Moderna de Nova York – MoMA, Fondation Cartier pour L’Art Contemporain (Paris, França) e é Presidente do Conselho Deliberativo do MAM/Rio. Foi co-editor dos livros Arte Brasileira Contemporânea – Coleção Gilberto Chateaubriand (1976) e América Latina: Geometria Sensível (1978) de Roberto Pontual. Com sua própria editora (GBM), publicou, em 1979, o livro Waltércio Caldas Jr. – “Aparelhos”, de Ronaldo Brito, e um álbum de litografias de Ângelo de Aquino, com texto de José Carlos de Oliveira. Em 1978 produziu o filme de Luiz Alphonsus de Guimaraens sobre o pintor Nilton Bravo.
Sobre os curadores
Fernando Cocchiarale é crítico de arte, curador e professor de filosofia da arte do Departamento de Filosofia da PUC-RJ (desde 1978) e do curso de especialização em história da arte e arquitetura do Brasil, da mesma universidade entre 1983 e 2005. É também professor da Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Autor, com Anna Bella Geiger, do livro Abstracionismo Geométrico e Informal (Funarte) e de centenas de artigos, textos e resenhas publicados em livros, catálogos, jornais e revistas de arte do Brasil e do exterior.
Foi curador-coordenador do programa Rumos Itaú Cultural Artes Visuais nas edições 1999 / 2000 e 2001 / 2002 e coordenador de artes visuais da Funarte, entre 1991 e 1999; membro de júris e comissões de seleção de mais de 20 mostras e salões tais como o 10o, o 15o e o 16° Salões Nacionais de Artes Plásticas, Rio de Janeiro (em 1987, 1995 e 1998, respectivamente); e curador independente, entre outras, de exposições tais como O Moderno e o Contemporâneo, Coleção Gilberto Chateaubriand, MAM-RJ, 1981 (com Wilson Coutinho); Rio de Janeiro 1959 / 1960, Experiência Neoconcreta, MAM, RJ, 1991; O Corpo na Arte Contemporânea Brasileira, Itaú Cultural, SP, 2005 (com Viviane Matesco); É Hoje na Arte Contemporânea Brasileira, Santander Cultural, RS, 2006 (com Franz Manata). Em novembro de 2000 assumiu a curadoria do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
Franz Manata é artista, curador, professor e produtor. Graduado em economia pela PUC-MG. Mestre em Linguagens Visuais pela Escola de Belas Artes/Universidade Federal do Rio de Janeiro 2002. Desde 2001 trabalha no MAM/RJ como Curador Assistente e Coordenador de Produção. Em 1997, foi premiado no First International Instalation Art Award, de Nova Iorque. Em 2004, realizou a primeira Cronologia da Arte Brasileira do Século XX e pela Rede Nacional de Artes Visuais ministrou cursos, produzidos pela FUNARTE. Desde 2004 ministra o curso Arte como artifício na EAV-Parque Lage, RJ. Em 2006, assinou a curadoria da mostra É Hoje na Arte Contemporânea Brasileira no Santander Cultural, RS, com Fernando Cocchiarale.
Ficha Técnica
Concepção e coordenação geral
Fábio Coutinho
TEKNE Projetos Culturais
Curadoria
MAM/RJ – Reynaldo Roels
Exposição – Fernando Cocchiarale e Franz Manata
Produção Executiva
Gustavo Belau
Projeto Gráfico
Mais Design & Fotografia
Gabriela Garcia
Museografia e Sinalização
MAM/RJ
Carla Marins
Isabela Müller
Museologia
MAM/RJ
Cátia Louredo
Claudia Calaça
Fátima Noronha
Veronica CavalcanteFotografia
Alexandre Landau
Arquivo MAM/RJ
Arquivo pessoal Luiz Alphonsus
Beto Felicio
Deborah Engel
Fábio Ghivelder
Fernando Silveira
Pedro Oswaldo Cruz
Sérgio Guerini
Vicente Mello
Viviá 21
Produção Local
Paulo Mattos
Assessoria de Imprensa
Adriana Martorano
Seguro
Affinité Corretora de Seguros
Transporte
Millenium Transportes e Logística
Patrocínio
Funcultural
Fundação Catarinense de Cultura
Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte
Governo do Estado de Santa Catarina
Direitos total ou parcial
Fábio Coutinho / TEKNE Projetos Culturais
Atendimento à imprensa
Adriana Martorano
adrianamartorano@terra.com.br
Fone: 51 9213 6558
(Deluana Buss, Fundação Catarinense de Cultura, 06/05/08)