23 jan Desocupação do aterro da Baía Sul
Artigo escrito por Davi de Souza Schweitzer – Geógrafo em Florianópolis (DC, 23/01/2013)
A decisão de retirar do aterro da Baía Sul o camelódromo, o Direto do Campo e o estacionamento ali existente é equivocada. E equivocada foi desde a decisão em juízo que comandou a desocupação para que a área fosse destinada à nova sede do Ministério Público Federal (MPF). Dois anos se passaram, nada foi feito, o MPF desistiu de fazer sua sede naquele local, e ainda assim é necessário prosseguir com a desocupação.
A prefeitura de Florianópolis afirma que não há o que fazer, exceto retirar os ocupantes do lugar, onde será implantado um parque público. Ora, que sandice é essa, na qual não se pesam os benefícios – e principalmente, os prejuízos – que uma ação desse porte trará para a população do município?
Em uma cidade em que o preço da cesta básica é dos maiores do país, retira-se do Centro uma importante fonte de alimentos de qualidade a preços acessíveis. Em uma cidade carente de estacionamentos, retiram-se centenas de vagas à disposição do público. Em uma cidade carente de empregos, acaba-se com um centro comercial com 158 boxes, e no mínimo igual número de empregos. Tudo isso em local acessível a todos e próximo aos terminais de ônibus.
A prefeitura afirma que não irá “deixar na mão” os comerciantes e funcionários das atividades que se desenvolvem no local. Porém, deixará “na mão” todos os usuários do estacionamento e consumidores do Centro, de outros bairros e municípios da região.
Minha proposta para o novo parque público é que seja um local com venda de alimentos bons a preços módicos e com atividades comerciais que gerem emprego e renda, além de ter fácil acesso por vários meios de transporte. Minha proposta é deixar o local exatamente como está. É o que trará o melhor benefício para a população.